A nossa coluna especial Copa do Mundo do Brasil de 2014, está quase chegando ao fim. A história de hoje, é da Copa da Alemanha de 2006. O Brasil chegava como o maior favorito, pela conquista do penta na Coreia e no Japão, e pela seleção de craques que desembarcava na Alemanha para o mundial. Uma verdadeira constelação. Craques como; Ronaldo, Ronaldinho, Kaká, Roberto Carlos e Cafú. Estrela comandada opor um treinador experiente, campeão do mundo, Carlos Alberto Parreira. Tinha tudo pra dá certo e o Brasil levantar o Hexacampeonato. Não deu! Coisas do futebol.
Alemanha se emociona e Itália leva o título
Os italianos devem o título da Copa do Mundo da FIFA Alemanha 2006
sobretudo ao fato de terem sido uma equipe unida. Sem dúvida nenhuma, a
imagem que ficará na memória será a do momento em que Zinedine Zidane
perdeu o controle no Estádio Olímpico de Berlim e deu uma cabeçada no
peito do italiano Marco Materazzi. Porém, há muito mais a ser lembrado
sobre o tetracampeonato italiano.
Dirigida pelo treinador Marcello Lippi, que levou a Juventus de Turim a
uma série de sucessos, a seleção italiana conseguiu tirar motivação do
escândalo de compra e manipulação de resultados na loteria esportiva no
país. Além da qualidade individual dos seus jogadores, a Itália contou
também com a força e o entrosamento do grupo. Dos 23 jogadores de
Marcello Lippi, 21 tiveram chance de jogar, e dez deles aproveitaram a
oportunidade e marcaram gol.
À frente do extraordinário goleiro Gianluigi Buffon, o capitão Fabio
Cannavaro comandou com excelência a melhor defesa da história das Copas:
a Itália só sofreu dois gols, sendo um contra e um de pênalti. No
meio-campo, Andrea Pirlo e Gennaro Gattuso formaram uma dupla que
combinou força e técnica. Os laterais Gianluca Zambrotta e Fabio Grosso
com suas descidas pelas laterais também não podem ser esquecidos.
Grosso não apenas marcou o gol que abriu caminho para a sensacional
vitória italiana na semifinal contra a Alemanha, como também converteu o
pênalti que deu a vitória à Azzurra na final contra a França.
Com isso a Itália venceu pela primeira vez uma Copa nos pênaltis,
deixando para trás o trauma da final de 1994.
Mas a Copa do Mundo da FIFA 2006 não foi um sucesso só para os
italianos. A jovem seleção alemã do treinador Jürgen Klinsmann chegou ao
terceiro lugar jogando um futebol rápido e ofensivo. O melhor ataque da
competição foi o dos anfitriões, com 14 gols no total, cinco deles
marcados por Miroslav Klose, que levou o prêmio Chuteira de Ouro
oferecido pela adidas. O companheiro de ataque Lukas Podolski balançou
três vezes as redes e recebeu o Prêmio Gillette de jogador revelação.
A seleção de Klinsmann realmente contagiou a Alemanha em 2006. O velho
estereótipo de futebol de resultados dos alemães foi superado pela jovem
equipe com performances eletrizantes. Além disso, uma apaixonada
torcida que cumpria dentro e fora dos estádios o lema da Copa ("O mundo
entre amigos") produziu uma onda de alegria que acabou entusiasmando
toda a população. Milhares de pessoas lotaram em todo o país as festas
de rua organizadas para os torcedores, e a competente organização alemã
ganhou respeito ao redor do planeta.
As quatro semanas de futebol na Alemanha conseguiram entusiasmar não só
os 3.359.439 espectadores que compareceram a um dos 12 fantásticos
estádios para acompanhar de perto as disputas (sem contar as milhões de
pessoas que assistiram aos jogos nos telões colocados nas ruas), mas uma
audiência estimada em mais de 30 bilhões de torcedores por meio de
diversos veículos de comunicação no mundo todo. Todos as atenções
estavam voltadas para as 32 seleções participantes, desde Angola aos
Estados Unidos. Em uma maratona de 64 jogos e com um total de 147 gols,
essas 32 equipes emocionaram, encantaram e, em alguns momentos, levaram
ao desespero bilhões de pessoas ao redor do mundo.
Zinedine Zidane teve uma despedida memorável e contribuiu muito para que
o selecionado de Raymond Domenech chegasse à final em Berlim depois de
vencer Espanha e Brasil. Pelo seu ótimo desempenho, ele levou para casa a
Bola de Ouro. Mas, mesmo com um gol contra a Itália oito anos depois de
também ter deixado a sua marca na final de 1998, Zidane acabou não
tendo o final feliz com que sonhava.
Portugal também tem motivos de orgulho: o craque Cristiano Ronaldo
representou uma das grandes forças individuais do torneio e ajudou a
seleção a chegar à semifinal, igualando o feito de 1966. Campeão com o
Brasil em 2002, o treinador Luiz Felipe Scolari chegou perto da segunda
final, mas acabou saindo da disputa ao perder para a França nas
semifinais.
Apesar de só seleções europeias terem participado das semifinais, outros
países também deixaram boa impressão. Antes da eliminação nas
quartas-de-final com a amarga derrota para a Alemanha nos pênaltis, a
Argentina mostrou um empolgante futebol de toque de bola, como na
sequência de 24 passes que culminou com o gol de Esteban Cambiasso,
fechando a goleada de 6 a 0 contra Sérvia e Montenegro. Talvez tenha
sido também de um argentino a melhor performance individual da Copa:
Maxi Rodríguez marcou um golaço de voleio nas oitavas-de-final,
definindo a vitória contra a forte seleção mexicana.
Motivos de orgulho também não faltam às seleções africanas estreantes. A
Costa do Marfim, por exemplo, ainda que tenha perdido para Argentina e
Holanda, dificultou bastante a vida de ambas. Angola obteve empates
tanto com o México quanto com o Irã, enquanto Gana conseguiu com o seu
futebol ofensivo, articulado pelos craques Stephen Appiah e Michael
Essien, ganhar inclusive da respeitada seleção da República Tcheca e dos
Estados Unidos, antes de ter sido eliminada pelo Brasil nas
oitavas-de-final.
Quem também brilhou foi a seleção estreante de Trinidad e Tobago, que,
apesar de ter lutado muito contra a Suécia, não conseguiu sair do 0 a 0.
Equador sobreviveu pela primeira vez à fase de grupos, batendo a
Polônia e a Costa Rica. E a seleção da Austrália venceu de virada e com
muita raça o Japão, com três gols nos últimos dez minutos de jogo,
chegando às oitavas-de-final. Também está de parabéns a defesa suíça,
que no tempo regulamentar de quatro partidas não sofreu um gol sequer.
Também houve grandes decepções na Copa do Mundo da FIFA 2006. Apesar de
Ronaldo ter marcado o seu 15º gol, convertendo-se no maior artilheiro da
história da competição, a seleção pentacampeã do Brasil ficou abaixo da
expectativa. Assim como a Inglaterra, o Brasil chegou às
quartas-de-final, mas isso não satisfez nem de perto as expectativas,
inclusive dos próprios jogadores. As seleções asiáticas não conseguiram
repetir o sucesso de 2002 e tiveram de se despedir cedo do torneio. Em
uma estatística negativa, desde 1990 a fase de mata-mata não tinha tão
poucos gols. Para concluir, também não houve muitas surpresas, com
exceção da estreante Ucrânia, que chegou às quartas-de-final e só foi
eliminada pela Itália — o que não foi nenhuma vergonha, já que a Itália
foi a grande campeã da Copa do Mundo da FIFA 2006.
Fatos Rápidos
- Equipes: 32
- Quando: 09 Junho 2006 a 09 Julho 2006
- Final: 09 Julho 2006
- Jogos: 64
- Gols: 147 (média 2.3 por partida)
- Público: 3359439 (média 52491)
Alemanha 2006 Campeões
- Campeão: Itália
- Vice-campeão: França
- Terceiro: Alemanha
- Quarto: Portugal
- Bola de Ouro adidas: Zinedine ZIDANE (FRA)
- Chuteira de Ouro adidas: Miroslav KLOSE (GER)
- Prêmio Yashin para o Melhor Goleiro: Gianluigi BUFFON (ITA)
- Prêmio de Melhor Jogador Jovem: Lukas PODOLSKI (GER)
- Prêmio FIFA Fair Play: Espanha, Brasil
- Prêmio da FIFA para a Equipe Mais Espetacular: Portugal