Declaração de Elisângela foi concedida à delegada durante depoimento.
Jovem foi presa por sequestro, tortura e cárcere privado em Praia Grande.
Elisângela sai algemada da Delegacia da Mulher de Praia Grande, SP (Foto: LG Rodrigues/G1) |
A delegada Rosemar Cardoso, titular da Delegacia da Mulher de Praia
Grande, no litoral de São Paulo, revelou que a jovem Elisângela Maciel
Fernandes, apontada como a autora de uma série de torturas contra uma
adolescente de 17 anos, afirma ter agido corretamente quando agrediu a
vítima. A declaração foi concedida à delegada durante depoimento
prestado na tarde desta segunda-feira (27). A suspeita foi presa após se apresentar com o pai e o advogado, Fabio Baptista.
A delegada Rosemar Cardoso está à frente do
caso (Foto: LG Rodrigues/G1)
caso (Foto: LG Rodrigues/G1)
Ela fala que elas foram conversar e diz que a vítima não reagiu porque não quis. Ela não mostra arrependimento pelo que fez, diz que está certa”, afirma.
O advogado Fabio Baptista, que cuida da defesa de Elisângela, afirma que ela sempre quis se apresentar e que o fato dela ter se apresentado na delegacia durante o período eleitoral foi um acaso. “Ela veio aqui nesta data não para que saísse espontaneamente, e sim para esclarecer. A intenção dela sempre foi esclarecer os fatos pelo que eles são, e não pelo que determinou a delegada que preside o inquérito. Na realidade, para a delegada existem alguns crimes que já estão caindo por terra, como roubo, que não existe mais”, afirma Fabio Batista.
Advogado acredita que sua cliente não cometeu o
crime de tortura (Foto: LG Rodrigues/G1)
crime de tortura (Foto: LG Rodrigues/G1)
Na verdade, houve um desentendimento entre elas, por conta do namorado dela na época. Existiu um ciúme exacerbado e uma grave emoção, porque ela já teve problemas. Na época, chegou até a cortar os pulsos por ciúme, então ela não estava em seu estado normal. Na realidade, não existiu tortura, assim como entendo que não houve cárcere privado, porque a casa estava aberta o tempo todo. Em momento algum a suposta vítima foi presa, amarrada ou impedida de fazer qualquer coisa”, declara.
Elisangela se apresenta na Delegacia da Mulher,
em Praia Grande (Foto: LG Rodrigues/G1)
em Praia Grande (Foto: LG Rodrigues/G1)
A suspeita foi encaminhada ao 2° Distrito Policial (DP) de São Vicente. Ela responderá por sequestro, tortura e cárcere privado. O advogado afirma que sua cliente não havia sido apresentada anteriormente por estar constrangida com a situação. “O mesmo procedimento será realizado de agora em diante. No que ela reconhece que fez, vai ser apenada, no que ela não fez é que vamos trabalhar, no sentido de absolvê-la. Ela mostra arrependimento, porque foi algo que não influenciou só a vida dela, mas também a da família inteira”, conclui.
Jackeline Justino de Souza é suspeita de ser
cúmplice da tortura (Foto: Reprodução/Facebook)
cúmplice da tortura (Foto: Reprodução/Facebook)
Além de Elisângela, a jovem Jackeline Justino de Souza, de 21 anos, foi indiciada pelas agressões. Ela se apresentou espontaneamente no dia 7 de outubro e acabou sendo presa. A advogada da suspeita, Sabrina Dantas, entrou com um pedido de revogação da prisão temporária, que foi negado pela 2ª Vara Criminal da Justiça de Praia Grande. Durante entrevista ao G1, Jackeline, que já havia respondido por outro caso de agressão, negou ter participado do crime. "Eu estava no local, mas apenas gravei. Não tinha como pedir ajuda porque o apartamento estava trancado. Insisti para que a Elisângela parasse. Falei que a vítima poderia morrer", explicou.
Após a prisão de Jackeline, Elisângela, que estava desaparecida, resolveu gravar um vídeo dando a sua versão sobre a agressão. O vídeo foi feito em comum acordo com o advogado da suspeita e ela afirmou estar arrependida.
Segundo Elisângela, a agressão ocorreu porque a vítima perseguia insistentemente o namorado dela, tentando de todas as maneiras interferir no relacionamento. "Ela falava que ia ficar com ele e mandava mensagens. Ele sempre me mostrou e falou que ela era uma vagabunda. Tentei falar com a mãe dela para não me complicar porque ela é menor de idade. A mãe prometeu dar um jeito, mas não adiantou nada. Nenhuma mulher tem sangue de barata. Bati nela porque ela é safada. Agora está se fazendo de coitada", afirmou.
Segundo a delegada Rosemar Cardoso, três agressoras foram identificadas, incluindo Elisângela, já que outras duas mulheres ajudaram na ação. “Houve o sequestro, o cárcere na casa e a tortura. Era a casa onde ela [agressora] morava com ele”, afirmou a delegada. O crime por tortura tem pena de dois a oito anos e pode aumentar de um sexto até um terço, caso o crime seja cometido contra uma adolescente e mediante sequestro. Além disso, é inafiançável. “A investigação vai continuar para encontrar todas as agressoras”, conclui a delegada.
Foo
Fonte: G1