A dupla confeccionava os bilhetes falsos em uma lan house e anunciava a venda nas redes sociais
Duas pessoas
suspeitas de falsificarem ingressos para o parque aquático 'Beach Park',
situado em Aquiraz, na Região Metropolitana, e para diversos shows
realizados na Capital, foram presas, na tarde da última terça-feira, na
Rua Equador, no bairro Montese. A equipe do 14ºDP (Conjunto Industrial),
que estava investigando a dupla desde o dia 19 de maio deste ano,
conseguiu deter Jarlison Mendes Pinheiro, 27, e Wadimir Carvalho
Fernandes, 29, em flagrante.
De acordo com
informações do delegado titular do 14ºDP, Aurélio Araújo, as apurações
começaram depois que uma vítima denunciou a venda de ingressos falsos.
"A moça comprou o ingresso e eles foram até o local marcado para fazer a
entrega. Ela conferiu, viu que estava tudo direito e nem desconfiou.
Porém, na hora de entrar no evento foi barrada na portaria, porque
estava com uma entrada falsa", disse o delegado.
Com o andamento
das investigações, outra pessoa denunciou que tinha sido vítima do
mesmo golpe. "Outra vítima nos procurou, só que desta vez não era show,
era para entrar no parque aquático. Foi aí que vimos que a fraude
praticada por eles estava bem espalhada".
Segundo Araújo,
os suspeitos das falsificações são moradores do Conjunto Ceará e faziam
os bilhetes lá. Eles produziam os ingressos em uma lan house e
anunciavam nas redes sociais, em páginas específicas para venda de
entradas de shows, por preços menores que os estipulados nas bilheterias
oficiais.
"Estivemos na
lan house, que fica próximo a casa deles, mas constatamos que o
proprietário nada tinha a ver com os crimes que eles praticavam. Eram
clientes normais, que pagavam pelo tempo que permaneciam nas máquinas e
não levantavam suspeitas", disse o delegado.
Depois da
denúncia da segunda vítima, o delegado pediu que o denunciante fizesse
uma nova encomenda para que a dupla fosse pega em flagrante. No local
combinado, no bairro Montese, os dois foram capturados. Jarlison
Pinheiro tentou livrar Wadimir Fernandes da culpa e disse que ele apenas
pilotava a motocicleta, no momento da abordagem policial.
Reconhecidos
"Isso tudo é
mentira. As vítimas reconheceram os dois, como sendo as mesmas pessoas
que efetuaram os golpes anteriores. Será autuado também", disse o
delegado Aurélio Araújo.
Os ingressos
que iam ser entregues ao comprador foram apreendidos pela Polícia.
Aurélio Araújo acredita que a dupla tenha feito muitas outras vítimas
"Ainda não podemos dizer as proporções que o golpe tomou. Acredito que
já faziam isto há um tempo considerável. Se só no Conjunto Industrial
temos duas denúncias, imagino que em toda a Região Metropolitana sejam
muitos os casos. É possível que eles tenham espalhado estes ingressos
por muitos outros lugares por aí a fora", afirmou.
Nota
O parque
aquático, Beach Park, citado na matéria informou por meio de nota que
"dispõe de 19 pontos oficias de vendas de ingressos, em Fortaleza, além
da própria bilheteria e do site oficial. Os ingressos são confeccionados
pela própria empresa, que não garante a validade em caso de compra fora
dos pontos oficiais de vendas".
Sobre os
dispositivos de segurança dos bilhetes vendidos pelo site, que podem ser
impressos em casa, a assessoria de comunicação do estabelecimento
declarou que "possui um avançado sistema de segurança e os ingressos são
emitidos de forma nominal. É preciso apresentar documento com foto na
entrada para ter acesso ao parque".
A empresa Alô
Ingressos, que também teve seu nome ligado aos ingressos falsos,
informou em contato via telefone, que não se responsabiliza por entradas
compradas de vendedores não cadastrados. "É necessário verificar a
procedência do bilhete antes de pagar por ele. Não garantimos as
entradas, se forem compradas em pontos não oficiais", disse a
supervisora do site Alô Ingresso, Paula Sampaio.
Segundo Paula,
os ingressos vendidos nos pontos de venda possuem tarja holográfica e
códigos de barra, que dificultam bastante a falsificação. Ainda conforme
a supervisora, os bilhetes vendidos pela internet, têm configurações
próprias para evitar que o consumidor seja lesado. "Aconselhamos que as
pessoas olhem no site os pontos autorizados e só comprem nestes locais. O
que for comprado pelo site, nós garantimos totalmente. Nossas vendas,
via internet, são 100% seguras", disse a funcionária da Alô Ingressos.
Márcia Feitosa
Repórter
Repórter
Fonte: Diário do Nordeste