dente de toxodonte
Tauá. Mais um fóssil foi encontrado neste município.
Trata-se de uma peça paleontológica dos fragmentos do dente de um
toxodonte. Essas descobertas poderão inserir a região dos Inhamuns entre
os Sítios Geológicos e Paleontológicos do Brasil (Sigep). As peças
foram encontradas no mesmo sítio paleontólogo do mastodonte, na Fazenda
Horizonte, setor G do Dnocs, de propriedade do agricultor Hermênio
Gomes.
Desde a última segunda-feira, o chefe do Departamento Nacional de
Produção Mineral (DNPM), Artur Andrade, faz escavações no local. Uma
equipe formada por um paleontólogo e estudantes da Universidade Federal
do Piauí (UFPI) chegou ontem para ajudar nas escavações. Segundo Artur,
trata-se de um animal semelhante aos hipopótamos atuais. Eles habitaram
esse continente por quase toda a Era Cenozóica.
A Fundação Bernardo Feitosa local registrou peças recentes também de um
mastodonte e de uma preguiça gigante. Após a análise dos paleontólogos
em laboratório, as peças serão destinadas ao museu da Cidade, que leva o
nome da fundação.
Segundo o chefe do órgão federal, Artur Andrade, o trabalho de
escavação à procura de fósseis na região já vem sendo realizado há muito
tempo. "Ficamos muito felizes com a descoberta. Esse trabalho já vem
sendo desenvolvido há 10 anos. Só agora pudemos concluir, pois as peças
encontrava-se em poços d'água que estavam cheios. Agora, como estão
secos, podemos realizar o trabalho", esclareceu.
Ação do homem
Andrade também destacou a importância da descoberta dos fósseis. "Esses
achados são comuns em quase todo o Brasil. Isso demonstra que a
paisagem e vegetação era bem diferentes. A importância científica está
justamente nisso, no sentido de um estudo sobre uma mudança da paisagem,
devido à ação do homem, entre tantos outros aspectos. Pode-se dizer
que, um dia, essa região, possuiu outro tipo de vegetação, com
temperaturas mais amenas" afirmou. Além das mudanças percebidas pela
vegetação, outra importância destacada pelo paleontólogo foi o fato de
Tauá se tornar uma cidade com turismo científico e permitir que as
escolas trabalhem com alunos sobre as mudanças na vegetação ocorridas
com o tempo.
Nesta mesma escavação, além do dente de toxodonte, também foram
encontrados fragmentos de carapaças de um gliptodonte , uma espécie de
mamífero da ordem dos desdentados, extintos há aproximadamente 10.000
anos e que compartilham ancestral comum com o tatu. Acredita-se que
viveram do final do período terciário até o início do quaternário,
primeiramente habitando apenas a América do Sul e depois, há cerca de
três milhões de anos, passando a ocupar, também, a América do Norte.
Consideram esse animal como sendo um dos maiores mamíferos deste
continente. Ele é citado em várias lendas dos índios tehuelches, da
Patagônia.
Já os Toxodontes eram animais que apresentavam pescoço curto possante e
atarracado que atingiam facilmente a grama. A bacia é larga e os pés e
mãos são volumosos. Possuíam uma corcova bastante pronunciada, que se
iniciava no nível das patas anteriores onde as vértebras tinham uma
enorme projeção superior. Suas características corpóreas coincidem com
aquelas de animais de hábitos semi-anfíbios. Eram herbívoros e
alimentavam-se de arbustos, folhas e capim.
Luanna Leitão
Colaboradora
Colaboradora
Fonte: Diário do Nordeste