Foto
de arquivo de 15 de dezembro de 2008 mostra a iraniana Reyhaneh Jabbari
(centro) no seu julgamento em um tribunal em Teerã, no Irã - Golara Sajjadian / AP
|
DUBAI —
Uma iraniana de 26 anos condenada por ter matado um homem que tentou
estuprá-la, quando ela era uma adolescente, foi enforcada neste sábado,
informou a agência de notícias oficial IRNA, apesar dos apelos
internacionais para que sua vida fosse poupada.
Reyhaneh
Jabbari foi levada até a forca no amanhecer deste sábado, na prisão
Evin, de Teerã, após não conseguir perdão dos parentes da vítima antes
dos dez dias de prazo estabelecidos pela sharia, que é a lei do país
desde a Revolução Islâmica de 1979.
A pena de morte
foi condenada internacionalmente e fez o governo do presidente Hassan
Rouhani, eleito no ano passado com promessas de uma reforma liberal,
intervir para que ela fosse comutada.
O ministro da
Justiça, Mostafa Pour-Mohammadi, afirmou no começo de outubro que um
“bom final” estava sendo desenhado, mas informações da imprensa
mostraram que a família do homem morto não foi convencida a ter
tolerância com Jabbari.
A mulher foi
condenada à morte de acordo com a lei “olho por olho, dente por dente”,
depois de ser considerada culpada por matar a facadas o homem em 2007.
Ela alegou legítima defesa, mas não convenceu os juízes de várias
instâncias de apelação, e foi mantida na prisão.
A última chance
de leniência estava com o líder supremo iraniano, o aiatolá Ali
Khamenei, cujos poderes transcendem os do Estado, mas ele nunca
mencionou o caso e raramente interfere em decisões judiciais.
Imediatamente
após a execução, a promotoria-pública de Teerã emitiu um comunicado que
aparentemente tinha o objetivo de combater a simpatia a Jabbari.
“Jabbari
repetidamente confessou o assassinato premeditado, e depois tentou
desviar o caso do seu caminho alegando estupro”, afirmou o comunicado
transmitido pela IRNA.
Fonte: http://oglobo.globo.com/