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Líderes das maiores economias mundiais posam para foto oficial antes da abertura da cúpula na Austrália |
BRISBANE, Austrália, 15 Nov 2014 (AFP) - Os governantes dos países mais
ricos do planeta, reunidos para o encontro de cúpula do G20 na
Austrália, se comprometeram neste sábado a fazer o possível para
erradicar a epidemia de Ebola.
"Os membros do G20 se
comprometem a fazer o que for necessário para que os esforços
internacionais resultem na erradicação da epidemia, e enfrentar o custo
econômico e humanitária a médio prazo", afirma um comunicado publicado
no primeiro dia do encontro, que termina domingo.
A epidemia de
Ebola provocou mais de 5.000 mortes, em sua grande maioria na Libéria,
Serra Leoa e Guiné, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
"Vamos trabalhar por meio de cooperações bilaterais, regionais e
multilaterais, assim como em colaboração com as organizações não
governamentais", completa o comunicado, que não especifica valores
financeiros.
Os chefes de Estado e de Governo também apelaram
ao Banco Mundial (BM) e ao Fundo Monetário Internacional (FMI) que
"continuem com o sólido apoio aos países afetados", para que sejam
estimulados a "explorar novos mecanismos flexíveis para enfrentar no
futuro as repercussões econômicas de crises similares".
O BM
aproveitou a reunião do G20 para defender seu projeto de criação de
"fundos de emergência" para combater de maneira mais eficiente as
próximas pandemias e "evitar a repetição da reação lenta, tardia e muito
fragmentada ao vírus Ebola".
A instituição considera que a
propagação da atual epidemia pode custar mais de 32 bilhões de dólares à
África Ocidental até o fim de 2015.
O secretário-geral da ONU,
Ban Ki-moon, pediu aos países do G20 que "intensifiquem a resposta
internacional" para impedir a propagação do vírus.
Entenda o ebola
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O que é o ebola?
É
uma doença causada por vírus, que pode ser fatal em até 90% dos casos. A
morte geralmente ocorre por falhas renais e problemas de coagulação, em
até duas semanas após a aparição dos primeiros sintomas.
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Como se contrai o vírus?
Ele
é transmitido pelo contato direto e intenso com sangue e fluidos
corporais (como suor, urina, fezes e sêmen, por exemplo) de pessoas
contaminadas e de tecidos de animais infectados. Até o momento, não há
notícias de pessoas que transmitiram o vírus antes de apresentarem os
sintomas.
-
Quais os sintomas mais comuns?
Febre
repentina, fraqueza, dor muscular, dor de cabeça e inflamação na
garganta. Depois, vômito, diarreia, coceira, deficiência hepática e
renal e, em alguns casos, hemorragias internas e externas. O período de
incubação costuma ser de dois a 21 dias, ou seja, esse é o tempo que
pode levar para a pessoa infectada começar a apresentar os sintomas.
-
O que é um caso confirmado?
Um caso suspeito com resultado laboratorial positivo para o vírus ebola realizado em laboratório de referência.
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O 1º exame negativo descartada a doença?
Não. O descarte só é feito após dois exames laboratoriais negativos com intervalos de 48h entre eles.
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Qualquer unidade de saúde pode colher sangue para teste?
Não.
Esta doença é de notificação compulsória imediata. O Ministério da
Saúde recomenda que, em caso de suspeita, a pessoa seja isolada e o
ministério, acionado imediatamente para que o paciente seja levado a uma
unidade de referência. Somente neste local pode ser feita a coleta de
sangue.
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Qualquer laboratório pode manipular o sangue de um caso suspeito?
Não.
Apenas um laboratório no Pará tem nível internacional de segurança 3 e,
por isso, é o único credenciado pelo Ministério da Saúde para manipular
e diagnosticar vírus ebola.
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Como transportar pacientes suspeitos e/ou confirmados com ebola?
Uma
ambulância é previamente envelopada (seu interior é coberto por
plástico para que não haja contato dos instrumentos com o paciente).
Durante o transporte, tanto o paciente quanto a equipe médica e o
motorista utilizam Equipamentos de Proteção Individual (EPI): macacão de
tyvek, protetor facial, bota, luvas, entre outros.
-
O paciente deve ser colocado na ambulância em maca-bolha?
Não
há essa indicação técnica, já que a doença não é transmitida pelo ar e
os profissionais de saúde estão usando todos os EPIs indicados no
protocolo.
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O que é feito quando há confirmação de caso de ebola?
Os
pacientes devem ser mantidos isolados, em suporte intensivo, em
hospitais de referência para tratamento de doenças infecciosas graves.
Todo e qualquer profissional de saúde que tiver contato com o paciente
deve estar usando EPI.
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O ebola tem tratamento específico?
Não.
Em geral os médicos recorrem a medicamentos para aliviar os sintomas,
mas a cura depende do organismo do paciente. Existem apenas remédios e
vacinas experimentais sendo testados no Canadá e nos EUA. O Zmapp,
publicado no meio científico desde 2012, foi usado em humanos pela 1ª
vez no surto atual, já que a OMS só libera o uso de medicamentos de alto
risco em situações extremas.
-
Existe risco de epidemia de ebola no Brasil?
O
risco é extremamente baixo. Mesmo que haja casos confirmados isolados, a
adoção de protocolos de isolamento, monitoramento e bloqueio evita a
ocorrência de surto.
-
Quais países têm mais casos de ebola?
Guiné,
Libéria e Serra Leoa vivem surtos de ebola, e há casos na Nigéria e no
Congo. EUA, Espanha e Reino Unido levaram compatriotas infectados para
tratamento em seus países.
-
Como pode ser feita a notificação de um caso suspeito?
O
Ministério da Saúde disponibilizou alguns canais para profissionais de
saúde: o telefone 0800 644 6645 e o e-mail notifica@saude.gov.br. A
população pode usar o número 136.
Fonte: Ministério da Saúde, Médicos Sem Fronteias e entrevista com o doutor em microbiologia Atila Iamarino

Epidemia de ebola na África provoca temor mundial
11.nov.2014
- O médico Craig Spencer, 33, foi liberado do hospital Bellevue, em
Nova York, nesta terça-feira, após semanas de tratamento em isolamento
contra o ebola. Na saída ee recebeu saudações dos nova-iorquinos no
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Fonte: Uol Notícias