Habeas Corpus
Geovane Silva Oliveira Filho e Joacy Nogueira de Oliveira deixaram a Delegacia de Capturas na noite desta quinta-feira (26) Um avião de pequeno porte foi apreendido em um hangar mantido por um dos investigados |
Mais dois suspeitos detidos na Operação Fidúcia, da Polícia Federal,
foram liberados na noite desta quinta-feira. Ao sair, Geovane Silva
Oliveira Filho afirmou que não devia nada. Joacy Nogueira de Oliveira
também deixou a Delegacia de Capturas. No total, a Justiça já soltou
nove dos 17 presos por suposto envolvimento em fraude milionária contra a Caixa Econômica.
No fim da noite de ontem, uma estratégia da equipe de advogados conseguiu habeas corpus junto ao Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5), obtendo a liberação de cinco pessoas. Os outros quatro foram soltos durante esta quinta.
Em um ano, gerente liberou 17 empréstimos
Dos 17 suspeitos que haviam sido presos, o superintendente Nacional da
Caixa para o Nordeste, Odilon Pires Soares; o gerente geral da Caixa da
agência Dom Luiz, Jaime Dias Frota Filho; os empresários Flávio
Benevides Bomfim e Egberto Bossardi Frota Carneiro; um dos supostos
beneficiados com empréstimos, André Luís Bastos Praxedes; os gerentes
Francisco Evandro Cavalcante Marinho e Ana Márcia Cavalcante Nunes; além
do suposto intermediador Geovane Silva Oliveira e do gerente de
atendimento PJ da Caixa, Joacy Nogueira de Oliveira, foram liberados.
O grupo é suspeito de integrar quadrilha que desviou milhões através de
empréstimos fraudulentos obtidos junto à Caixa Econômica Federal, em
Fortaleza.
Conforme informou o advogado Leandro Vasques na manhã desta quinta,
alguns deles seriam, na verdade, denunciantes. "Espero que, se houver
desdobramentos da operação, e acredito que terá, deverá se chamar
'Operação joio e trigo', para separar as figuras. Pois nesse primeiro
episódio da operação misturaram tudo. Misturaram denunciantes com
denunciados", afirmou.
As prisões foram realizadas durante a Operação Fidúcia, que investiga o
desvio de aproximadamente R$ 100 milhões através de empréstimos
fraudulentos junto à instituição em um período de aproximadamente um ano
e meio. Durante os trabalhos, os policiais recolheram veículos como uma
Maserati, com valor estimado em torno de R$ 1,2 milhão; um Porsche,
de aproximadamente R$ 600 mil; além de BMWs e Mercedes. Um avião de
pequeno porte, avaliado em torno de R$ 350 mil, também foi apreendido.
Duas contas bancárias, com mais de US$ 800 mil, também foram descobertas
nos Estados Unidos, no nome de um dos investigados. Ao todo, foram
retidos 14 veículos, R$ 192 mil, US$ 10 mil, joias, relógios e pássaros
silvestres, dentre eles uma arara. Os bens apreendidos pela Polícia
foram bloqueados pela Justiça Federal.
Com informações dos repórteres Márcia Feitosa e Levi de Freitas
Fonte: Diário do Nordeste