Polícia aponta inveja como motivação para morte de adolescente em escola de Uberaba

Um dos infratores assumiu que matou Melissa por sentir inveja de sua alegria 

 

Imagem de adolescente morta em Uberaba
Legenda: Inicialmente, a morte da jovem era investigada como motivada por misoginia ou bullying - Foto: Reprodução / Divulgação MPMG.

 

A adolescente Melissa de Melo e Campos, 14, morta após ataque em escola de Uberaba, no último dia 8, teve sua morte planejada por dois jovens da mesma idade, apontou a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), nesta terça-feira (20).

Segundo a PCMG, a ação teria sido motivada por inveja. Antes de matar a jovem, um dos agressores chegou a entregar um bilhete avisando que ela seria morta. A informação é do O Globo.

Inicialmente, o caso era investigado como motivado por misoginia ou bullying, mas um dos infratores assumiu que matou Melissa por sentir inveja de sua alegria.

“Eu fiz porque tinha inveja do fato de ela simbolizar a alegria que eu não tinha”, teria ouvido o policial militar que o apreendeu o jovem, segundo o portal.

Em coletiva de imprensa, nesta terça, representantes da força de segurança informaram que as investigações foram concluídas na última sexta-feira (16).

Cyro Outeiro Pinto Moreira, delegado responsável pela investigação, disse durante coletiva que tudo aconteceu repentinamente.

“As imagens das câmeras de segurança mostram a atuação dos dois adolescentes de forma coordenada. Outros alunos presentes estavam alheios ao ocorrido”, contou o investigador.

PRISÃO

Ambos foram apreendidos: o primeiro em flagrante no mesmo dia do fato e o segundo após representação da PCMG e parecer favorável do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).

Os dois respondem por ato infracional análogo ao crime de homicídio e permanecem internados por decisão da Vara da Infância e Juventude em Uberaba.

INVESTIGAÇÃO

O primeiro adolescente foi apreendido após denúncia anônima. Ao ser abordado, ele confessou a ação  e indicou a participação do colega.

Durante a operação, foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão. Além disso, foram coletados diversos materiais, como cadernos escolares e equipamentos eletrônicos, além de um plano de fuga manuscrito pelos adolescentes. 

Ao final da investigação, o procedimento policial foi encaminhado ao Ministério Público para as providências legais.

O promotor de Justiça Diego Martins Aguillar destacou que a apuração foi conduzida com observância ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

“Trata-se de um fato isolado. Não há outras pessoas investigadas, tampouco lista com nomes de possíveis vítimas. As escolas seguem sendo locais seguros”, destacou o promotor.

O caso tramita sob sigilo judicial, e a responsabilização dos envolvidos ocorre na esfera socioeducativa, conforme previsto em lei.

 

 

*Diário do Nordeste