Os quatro homens foram denunciados por homicídio quadruplamente qualificado

Quatro homens suspeitos de integrar uma facção criminosa, entre eles um advogado, foram denunciados pelo Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) pela morte do advogado criminalista Sílvio Vieira da Silva, ocorrida em maio deste ano. O MPCE denunciou o quarteto por homicídio quadruplamente qualificado (por motivo torpe, com emprego de meio cruel, com uso de recurso que dificultou a defesa da vítima e com utilização de arma de fogo de uso restrito).
A denúncia foi apresentada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) e pela 4ª Promotoria de Justiça do Júri de Fortaleza na última sexta-feira (1º).
Um dos denunciados é o advogado Lucas Arruda Rolim, de 33 anos, preso no último dia 23 de julho, pela participação no crime. Por conhecer Sílvio, ele teria atraído o colega ao bairro Genibaú, onde o criminalista foi alvejado por uma série de disparos de arma de fogo. A defesa do advogado negou o envolvimento dele no homicídio. A reportagem procurou os advogados dele, e aguarda retorno com posicionamento.
Em 2019, inclusive, o Diário do Nordeste noticiou que, conforme o setor de Inteligência da Polícia Civil, Lucas integrava a logística delitiva do Comando Vermelho (CV). Naquele mesmo ano, ele chegou a ser preso duas vezes.
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Executores e mandante
A morte de Silvio ocorreu no dia 5 de maio, e os acusados ainda tentaram fazer com que a cena do crime parecesse com a de um latrocínio (roubo com resultado morte), ao levarem pertences como celulares e um notebook da vítima. Segundo o MPCE, "o assassinato foi realizado a mando de um chefe da facção, contrariado com a atuação profissional de Sílvio durante o acompanhamento de um inquérito policial".
Ainda segundo o MP do Ceará, o assassinato de Sílvio foi uma "tentativa de intimidar profissionais que atua legitimamente dentro do sistema de justiça criminal, conduta que viola as bases do próprio funcionamento das instituições e atividades essenciais à Justiça, prejudicando o livre exercício da advocacia privada e ferindo princípios básicos do Estado Democrático de Direito. O processo segue em segredo de justiça".
Em junho, três homens foram presos pela morte do advogado. Pedro Guilherme Bandeira Lourenço, o 'Lourim', e Francisco Robert Teixeira de Mesquita, o 'Itapagé', foram capturados em flagrante e apontados como executores do crime.
Francisco Robert era foragido da Justiça, e havia ficado monitorado por tornozeleira, mas tirou o equipamento ilegalmente e ficou com um mandado em aberto.
Segundo o Diário do Nordeste apurou com testemunhas à época, o mandante foi um homem identificado apenas como "César", também chamado de 'Coroa'.
*Diário do Nordeste