
O laudo pericial da morte do adolescente Thiago Martins, 12 anos, encontrado sem vida dias após sair para trabalhar em uma vaquejada em Mauriti, no interior do Ceará, aponta que a causa da morte foi "trauma torácico". A morte foi registrada no dia 6 de maio, e o laudo da Perícia Forense do Ceará (Pefoce) foi divulgado nesta semana. Nesta sexta-feira (27), família, amigos e moradores do município caririense saíram às ruas em protesto para pedir justiça.
Em entrevista à TV Verdes Mares Cariri, a mãe de Thiago, conhecido como Vaqueirinho de Mauriti, acredita que ele foi brutalmente torturado e assassinado.
"Bateram, machucaram, espancaram e torturaram meu filho. Estou com tanto ódio que eu não consigo mais chorar, só tenho ódio. No laudo tem dizendo que ele foi arrastado e jogado em uma pedreira desacordado", desabafa.
O corpo do adolescente de 12 anos foi achado em uma área de difícil acesso. "Não precisava disso, isso não é gente, é o cão em forma de gente. Não temos ideia de quem pode ter feito isso. Ele era um bom menino, bem educado e só vivia com um sorriso no rosto. Uma crueldade o que fizeram com meu filho", relata.
Legenda: Familiares, amigos e moradores de Mauriti saíram em protesto pedindo justiça pela morte de Thiago - Foto: TVM Cariri.
Ninguém foi preso pela morte até o momento da publicação desta matéria. Segundo a Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE), as investigações permanecem e estão a cargo da Delegacia de Mauriti.
Em nota, o Conselho Tutelar de Mauriti manifestou "profundo pesar" pela morte do adolescente. Segundo a entidade, "não há informações oficiais que confirmem se o adolescente estava trabalhando no local".
O Conselho disse ainda que após a morte, passou a acompanhar a família da vítima, pois há outra criança sob os cuidados do núcleo: "Por fim, informamos que o caso segue sob investigação e tramita em segredo de justiça, razão pela qual não podemos divulgar mais informações sobre a ocorrência. Nos solidarizamos com os familiares neste momento de dor e reiteramos nosso compromisso com a proteção de crianças e adolescentes em Mauriti".
Jovem foi trabalhar em vaquejada, diz mãe
Conforme a mãe, Thiago saiu de casa em uma sexta-feira para cuidar dos animais de um vizinho. "Ele estaria cuidando de uns animais de um vizinho da gente, e foi para essa vaquejada com ele", disse Josieli.
No evento, no Parque de Vaqueja de Mauriti, o jovem trabalharia como tratador dos animais. Ele foi encontrado dias depois, na terça-feira (6), já sem vida.
O Conselho Tutelar condenou o possível trabalho. "É importante destacar que eventos como vaquejadas não são ambientes adequados para crianças desacompanhadas, sobretudo em horários e contextos que ofereçam riscos à sua segurança e bem-estar. O Estatuto da Criança e do Adolescente garante a proteção integral e deve ser respeitado por toda a sociedade", pontuou.
*Diário do Nordeste