Suárez leva maior gancho da história das Copas: nove jogos após mordida
Atacante não joga mais no Mundial e está banido por quatro meses de qualquer
atividade ligada ao futebol. Suspensão vale a partir do jogo contra a Colômbia
Luis
Suárez surpreendeu o mundo do futebol ao voltar aos gramados menos de
um mês após operar o joelho. Em um período menor ainda, ele jogou
por terra a chance pela qual lutou de forma tão árdua. A mordida em
Chiellini no confronto com a Itália acarretou uma suspensão por nove
jogos, além de ser banido por quatro meses de qualquer atividade ligada
ao futebol. É o maior gancho da história da Copa do Mundo. O "recorde"
anterior era do italiano Mauro Tassotti, suspenso por oito partidas por
ter quebrado o nariz de Luis Henrique, da Espanha, em 1994.
O
atacante terá de cumprir os nove jogos de suspensão em jogos da seleção
uruguaia, o que deve tirá-lo até de jogos da Copa América de 2015. De
acordo com a chefe de comunicação da Fifa, Delia Fischer, após os quatro
meses Suárez poderá disputar amistosos com a seleção e atuar
normalmente pelo Liverpool, seu clube na Inglaterra. As transferências,
entretanto, não são afetadas por esse banimento por quatro meses.
Fora da Copa do Mundo, o jogador
uruguaio pode recorrer e, em circunstâncias especiais, o julgamento
pode ocorrer até sábado. Porém, de acordo com o artigo 124 do Código
Disciplinar da Fifa, o efeito suspensivo do recurso só é aplicável ao
pagamento da multa de 100 mil francos suíços (cerca de R$ 250.000). A
punição já vale para a partida das oitavas de final, entre Uruguai e
Colômbia, sábado, no Maracanã. O Comitê Disciplinar enquadrou o jogador
nos artigos 48 (conduta antidesportiva) e 57 (comportamento ofensivo e
fair play) do código. O afastamento de qualquer atividade relacionada
ao futebol por quatro meses é regulada pelo artigo 22 do Código
Disciplinar.
Chiellini reclamou com árbitro, mas Suárez não foi expulso durante o jogo entre Itália e Uruguai (Foto: Reuters)
O
lance da mordida em Chiellini aconteceu aos 35 minutos do segundo
tempo. Depois de cruzamento na área, Suárez fingiu que disputaria a bola
com o zagueiro, mas mordeu o ombro esquerdo do italiano. O árbitro
mexicano Marco Rodríguez nada viu e não puniu o uruguaio.
Essa
não é a primeira vez que Luis Suárez está envolvido em um caso de
mordida em um companheiro de profissão. Quando ainda jogava pelo Ajax,
da Holanda, o uruguaio mordeu o atacante Bakkal, do PSV, em 2010. No ano
passado, o jogador do Uruguai repetiu o ato jogando pelo Liverpool
contra o zagueiro sérvio Ivanovic, do Chelsea. Por ser reincidente,
pegou dez jogos de suspensão. Todos os casos anteriores foram levados em
consideração para a aplicação da pena.
-
Esse comportamento não pode ser tolerado em nenhuma competição, muito
menos na Copa, com os olhos do mundo voltados para a competição -
afirmou Claudio Sulser, presidente do comitê disciplinar da Fifa, em
comunicado lido no briefing diário promovido pela Fifa no auditório do
Maracanã.
De
acordo com o jornal uruguaio "Ovación", a estratégia de defesa dos
uruguaios baseou-se na argumentação de que não houve mordida, mas apenas
um choque casual de jogo, sem poder precisar exatamente se no ombro, na
nuca ou no pescoço do defensor italiano. Além disso, a defesa sugeriu
que o defensor italiano já tinha uma lesão no ombro.
Ainda
segundo a publicação uruguaia, foram apresentados vídeos, fotos e
textos jurídicos para defender o jogador, que ficou em Natal e não deu
qualquer tipo de declaração. Já o diário “El Observador” informou que
uma carta de 17 páginas foi apresentada ao tribunal.
Nada
disso, porém, serviu para convencer o comitê formado por 19
integrantes, muitos deles de países sem grande tradição no futebol. O
presidente é o suíço Claudio Susler, o vice é Kia Tong Lim, de
Singapura. E os demais são de Venezuela, Paraguai, Congo, Estados
Unidos, África do Sul, Argélia, Eslovênia, Irlanda do Norte, Tonga,
Equador, Panamá, Ilhas Cayman, Ilhas Cook, Paquistão, Suécia e
Austrália.
Fonte: globoesporte.com