Um professor foi flagrado tentando expulsar uma aluna
de sala de aula de forma ríspida, na escola Nossa Senhora das Mercês,
em Itapipoca, a 230 km de Fortaleza. A ação foi filmada por um outro
aluno, indignado com a atitude do docente, e foi acabou sendo divulgado
nas redes sociais, onde recebeu diversos compartilhamentos.
O vídeo,
que não mostra o motivo da exclusão da aluna, exibe uma discussão entre
a jovem e o professor. Após ordenar que a aluna se retirasse de sala de
aula e ser ignorado, o professor tentou arrastar a garota pelo braço,
mas encontrou resistência. O vídeo acaba com uma nova tentativa do
docente em arrastar a jovem pelo braço.
A estudante,
uma adolescente de 13 anos, estava revoltada com a atitude do
professor. Segundo ela, não é a primeira vez que este tipo de situação
acontece. "Já aconteceu outras vezes. Ele já fez isso com outra aluna e
também já colocou o dedo na cara de uma outra aluna do primeiro ano",
disse.
Francisco Carlos de Souza, pai
da estudante, também se mostrou indignado com o caso. Ele afirma que
foi em busca de tomar satisfações com o professor, mas foi convencido
pelos diretores da escola a não tomar medidas extremas. "Eu ia lá na
escola, pois eu ainda não tinha visto o vídeo. Quando vi, fiquei sem
saber o que fazer. Fui até a escola falar com o professor, mas os
diretores me pediram pra deixar isso para lá", conta.
Carlos
disse que buscará na justiça a reparação pelo constrangimento sofrido
pela filha. "Ontem (terça-feira) mesmo eu tomei a decisão. Falei com o
advogado e vou entrar na justiça. Um professor desse não era pra estar
aqui nunca. É uma escola que a gente paga direitinho todo mês, pra
acontecer uma coisa dessas", desabafa.
Professor reconhece exagero, mas nega agressão
Valdir
Teixeira, o professor que aparece no vídeo, reconhece que exagerou em
sua atitude, mas nega ter agredido a estudante. "Ela tem um histórico,
inclusive, por parte de outros professores, de mau comportamento em sala
de aula. Diante do mau comportamento dela, eu solicitei que ela saísse
de sala de aula. Ela me disse que eu não sairia porque eu não tinha
autonomia para retirá-la. Neste momento, eu, infelizmente, devido às
circuntâncias, cometi o ato falho de tentar tirá-la da sala. Você pode
ver no vídeo que, quando eu tentei e ela se recusou, eu não insisti.
Continuei a dar aula por mais 25 minutos e, no final, levei o caso à
direção", disse.
Valdir
se diz exposto injustamente pelo vídeo e desabafa sobre a situação
enfrentada pelos docentes em sala de aula. "As pessoas estão colocando a
minha imagem como se tivesse havido uma agressão, mas não houve. Sei
que foi um ato falho, eu reconheço e peço desculpas aos pais da aluna,
mas, não concordo com a maneira como estão me condenando. Os
professores, em sala de aula, sofrem situações de desrespeito e até
mesmo de agressão, em alguns casos, todos os dias. Se o educador não
pode tomar providências em situações como esta, que geração estamos
formando? Que isso fique para reflexão.", desabafou.
Com
relação ao futuro na escola, o professor disse que aguarda uma decisão
da diretoria. "Trabalho há 4 anos na escola e tenho uma boa relação com
todos. Tenho um nome a zelar e a direção da escola é quem vai decidir.
Sou um educador
e vou continuar sendo professor. Só peço que a sociedade reflita sobre a
situação do professor em sala de aula", finalizou, lembrando que o uso
de telefone celular em sala de aula é proibido pelas normas da escola.
Escola diz que providências já foram tomadas
A
escola não fez maiores comentários à respeito do caso, mas, segundo a
coordenadora pedagógica do local, Maria Vaneida Alves, todas as
providências cabíveis já foram tomadas de ambas as partes. "São
episódios que denigrem a imagem do profissional. Nós, enquanto
educadores, temos de pregar a coerência e o respeito ao próximo", disse,
não detalhando quais foram as provdências tomadas. A docente também
afirmou que uma carta aberta, falando sobre o caso em nome da escola,
foi lançada à população.
