A droga experimental ZMapp curou os 18 macacos de laboratório
infectados com o vírus do Ebola, inclusive os que sofreram com febre e
características hemorrágicas da doença e estavam perto de morrer,
disseram cientistas nesta sexta-feira (29).
Até macacos que
ficaram sem tratamento durante cinco dias depois da infecção
sobreviveram. Nenhuma outra terapia experimental para o Ebola jamais
teve sucesso em primatas quando aplicada tanto tempo após a contaminação
– os cinco dias para os macacos são equivalentes a 11 dias após a
infecção em humanos.
Embora dois trabalhadores médicos
norte-americanos que contraíram o Ebola na Libéria tenham sido curados
depois de receber o ZMapp, os médicos não sabem se o medicamento ajudou.
Um médico da Libéria com a doença morreu esta semana apesar de receber a
droga, assim como um padre espanhol.
O ZMapp, produzido pela
Mapp Biopharmaceutical, sediada em San Diego, nos Estados Unidos, nunca
foi cientificamente testado em humanos, e o estudo atual foi o primeiro
com primatas. O sucesso, por isso, é uma "conquista monumental", disse o
virologista Thomas Geisbert, da Unidade Médica da Universidade do
Texas, em um comentário sobre o experimento, publicada online na revista
Nature.
O ZMapp é uma mistura de três anticorpos que se prendem
às proteínas do vírus do Ebola e ativam o sistema imunológico para que
este o destrua. Dois coquetéis de anticorpos anteriores do Zmapp só
protegeram 43 por cento dos macacos quando ministrados até cinco dias
após o contágio.
Não há vacinas ou tratamentos para o Ebola, mas
testes de segurança de uma vacina da GlaxoSmithKline GSK.L com humanos
serão iniciados na semana que vem, e os da empresa farmacêutica NewLink
Genetics NLNK.O no outono norte-americano.
Fonte: Uol Notícias