O líder da Al-Qaeda, Ayman al-Zawahiri, anunciou nesta quarta-feira (3) que o grupo extremista islâmico está se organizando no subcontinente indiano. A nova organização tem como objetivo criar um califado muçulmano em Mianmar, Bangladesh e partes da Índia. Califado é a forma islâmica de governo que representa a unidade e liderança política do mundo islâmico. A posição de seu chefe de Estado, o califa, baseia-se na noção de um sucessor à autoridade política do profeta islâmico Maomé.
O comunicado foi realizado por meio de um vídeo, intitulado "A guerra deve continuar, mensagem aos muçulmanos da Caxemira", divulgado hoje em fóruns jihadistas.
A nova força quer "esmagar as fronteiras artificiais" que dividem populações muçulmanas nas regiões.
"Queremos que o Islã volte ao subcontinente indiano, que fazia parte do mundo muçulmano antes de ser invadido. Os muçulmanos servirão em Mianmar, Caxemira, Gujarat, Bangladesh, Ahmedabad e Assam", disse Zawahiri no vídeo, segundo o "New Delhi Television Ltd".
"Essa entidade não foi estabelecida hoje, mas é fruto de um esforço abençoado de mais de dois anos para reunir os combatentes no subcontinente indiano em um único grupo", completou o líder, que disse que o novo grupo será chamado de "Qaedat al-Jihad" e será liderada por Asim Umar.
Em junho, a Al-Qaeda teria divulgado um novo vídeo convidando os muçulmanos da Caxemira a seguir o exemplo dos iraquianos e sírios e se revoltarem contra as autoridades. A região indiana tem sido o centro de uma disputa territorial entre Índia e Paquistão desde 1947.
Fundada por Osama Bin Laden, morto no Paquistão por soldados americanos em maio de 2011, a Al-Qaeda reivindica a liderança dos jihadistas para instaurar um único califado em terras muçulmanas. Mas, desde a morte do seu fundador, o grupo tem sido ofuscado por suas próprias ramificações na África e na Península Arábica, e, principalmente, pelo Estado Islâmico, que atua no Iraque e na Síria. (Com Russia Today)

O egípcio Ayman al-Zawahiri, um cirurgião oftalmologista que ajudou a fundar o grupo militante Jihad Islâmica Egípcia, deve tomar o lugar de Osama Bin Laden como líder máximo da Al Qaeda.
Ele já era o ideólogo-chefe da organização, e alguns especialistas acreditavam que ele fosse o "cérebro operacional" por trás dos atentados de setembro de 2001.
Zawahiri era o número dois da organização, somente atrás de Bin Laden, na lista com 22 "terroristas mais procurados" anunciada pelo governo americano em 2001. Os Estados Unidos oferecem um prêmio de US$ 25 milhões por sua captura.
Ele também foi indiciado pelos Estados Unidos por seu papel nos ataques a bomba a embaixadas americanas no Quênia e na Tanzânia em 1998, e foi condenado à morte à revelia no Egito por suas atividades com a Jihad Islâmica nos anos 1990. Leia mais AFP
Fonte: Uol Notícias
