O governador falou ainda sobre sua proposta para reformular a base de Dilma e disse que o "Parlamento está perdendo o pudor"
Antes da reunião do Monitoramento de Ações e Projetos Prioritários
(Mapp), o governador Cid Gomes (Pros) afirmou que, apesar de não ter
fechado os dados de 2014, entregará o Estado com menos dívidas do que
quando assumiu o cargo, em 2007.
“Ao
longo desses anos, nós mais pagamos dívidas do que contraímos novos
financiamentos”, disse. Cid também afirmou que o Ceará é o quarto Estado
brasileiro com melhor capacidade de investimento. Segundo ele, “a
capacidade de endividamento do Ceará é muito boa, tá bem acima da média
do Brasil”.
A dívida do Ceará, hoje, seria de aproximadamente
49% da receita corrente líquida. Isso daria ao Estado, segundo o
governador, o a capacidade de ainda poder triplicar o seu nível de
endividamento, margem larga, na opinião dele. “Talvez nós sejamos o
quinto ou sexto Estado menos endividado do Brasil”, disse.
Bancadas
Cid
voltou a criticar o PMDB, mas desta vez em termos mais amenos do que
“escória”, usado anteriormente. Afirmando que a relação entre Parlamento
e Executivo estava em deterioração. “O Parlamento está perdendo o pudor
em colocar publicamente chantagens, barganhas ao Executivo”.
Cid afirmou ainda que “o PMDB, a meu juízo, é o partido que tem contribuído mais para deteriorar essa relação”.
A
relação entre o partido e os Ferreira Gomes tem rusgas há algum tempo.
Em 2009, o então deputado federal Ciro Gomes afirmou em entrevista que
“Hoje, quem manda no PMDB não tem o menor escrúpulo: nem ético, nem
republicano, nem compromisso publico... Nada”. Em outra ocasião, chamou o
partido de “ajuntamento de assaltantes”. A crise agravou-se com a
candidatura de Eunício Oliveira para o Governo do Estado.
Para
“blindar” a presidente Dilma Rousseff (PT), o governador detalhou sua
proposta para a conformação da base aliada no segundo mandato. Ele
defendeu a formação de duas frentes de apoio. “Uma mais ao centro, e o
(Gilberto) Kassab (ex-prefeito de São Paulo) e o PSD estão na direção de
fazer esse papel. A outra, à esquerda, que é o espectro ideológico no
qual eu mais me enquadro e onde eu desejo militar”.
Apesar de
ter, formalmente, a maioria nas duas casas do Congresso Nacional, a
presidente tem enfrentado problemas com constantes rebeliões de aliados.
A personagem simbólica desse tema é o deputado federal Eduardo Cunha,
líder do PMDB na Câmara e dos descontentes com Dilma Rousseff.
Multimídia
Fonte: Jornal O Povo