Partes da aeronave estavam a cerca de 10 quilômetros do último contato.
Corpos foram retirados; avião militar achou sombra que pode ser avião.
Do G1, em São Paulo
Imagem áerea mostra o que podem ser os detroços da aeronave da AirAsia (Foto: BAY ISMOYO/AFP)
As autoridades
da Indonésia confirmaram nesta terça-feira (30) que os destroços
encontrados por um pescador no Mar de Java são do voo QZ-8501 da
AirAsia, desaparecido desde o último domingo (28) no horário local,
noite de sábado (27) no Brasil. O Airbus A-320-200 levava 162 pessoas de
Surabaia, na Indonésia, para Cingapura.
A Agência
Nacional de Buscas e Resgate do país (Basarnas) afirmou que os pedaços
da porta e de uma rampa de emergência da aeronave estavam a cerca de 10
quilômetros da última posição registrada pelos radares.
Cerca de 30
navios e 21 aviões de Indonésia, Austrália, Malásia, Cingapura, Coreia
do Sul e Estados Unidos estão envolvidos nas buscas.
Mais de 40
corpos já foram recuperados do mar, informou um porta-voz da Marinha. O
trabalho é feito por equipes a bordo de um navio de guerra.
Além disso, um
avião militar detectou uma “sombra” no fundo do oceano, que pode
corresponder ao avião desaparecido. “Um Hércules da Força Aérea achou um
objeto descrito como uma sombra no fundo do mar com a forma de um
avião”, disse Bambang Soelistyo, chede da Basarnas.
O Ministério
das Comunicações da Indonésia (Kemenhub) afirmou que o logotipo da
companhia asiática foi identificado em alguns dos objetos localizados no
mar, conforme o jornal local "Detik".
As partes do
avião estão no estreito de Karimata, que separa as ilhas de Bornéu e
Belitung, próximo de uma base aérea que serviu como ponto de decolagem
para os aviões que participam da operação internacional de busca e
resgate.
Fotos de corpos
flutuando no mar foram transmitidas pela televisão e parentes de
passageiros reunidos em um centro de crise em Surabaya choravam com as
mãos na cabeça. Segundo um repórter da Reuters, algumas pessoas entraram
em colapso em meio ao choro e foram socorridas.
"Vocês têm de
ser fortes", disse a prefeita de Surabaya, Tri Rismaharini, ao confortar
familiares das vítimas. "Eles não são nossos, eles pertencem a Deus."
A confirmação ocorreu horas depois de as autoridades divulgarem que um pescador tinha encontrado vários objetos no Mar de Java. Helicópteros e navios foram enviados ao local para recuperá-los e determinar sua procedência.
O CEO da
AirAsia, Tony Fernandes, escreveu no Twitter que “meu coração está cheio
de tristeza por todas as famílias envolvidas no QZ 8501. Em nome da
AirAsia, minhas condolências a todos. Palavras não podem expressar o
quanto estou triste”. A mensagem foi publicada após a localização dos
destroços.
Buscas
Nesta
terça-feira (30), as autoridades locais ampliaram a área de operação.
São 13 os setores de busca, incluindo as águas do norte do Mar de Java, o
estreito de Karimata e o norte da ilha de Bangka. Já em terra, foram
acrescentadas a ilha de Belitung e o sudoeste de Bornéu.
Os Estados Unidos atenderam o pedido de ajuda e passaram a integrar as equipes de buscas, inclusive, com o envio de um navio de guerra,
um destróier USS Sampson. Ao todo, são cerca de 30 navios, 15 aviões e
sete helicópteros na operação, que conta ainda com a ajuda de Malásia,
Cingapura, Austrália, Coreia do Sul, Tailândia e China.
Desaparecimento
O voo
QZ-8501 da AirAsia saiu de Surabaia, na Indonésia, com destino a
Cingapura, onde pousaria duas horas depois, segundo a previsão da
companhia.
O contato com a
aeronave foi perdido na manhã de domingo cerca de 40 minutos após a
decolagem, depois que a tripulação pediu uma mudança do plano de vôo
devido a uma tempestade.
Antes da
descolagem, o piloto havia pedido permissão para voar em uma altitude
superior para evitar a tempestade, mas o seu pedido não foi aprovado
devido ao tráfego pesado na popular rota, de acordo com a AirNav, o
serviço de navegação aérea da Indonésia.
Na sua
comunicação final, o piloto pediu para alterar o seu curso e reiterou o
seu pedido original para subir e evitar o mau tempo.
"O piloto pediu
para os controladores de tráfego aéreo para se desviar para o lado
esquerdo, devido ao mau tempo, o que foi aprovado imediatamente",
declarou o diretor de segurança da AirNav, Wisnu Darjono, à AFP
"Depois de
alguns segundos, o piloto pediu para subir de 32.000 para 38.000 pés,
mas seu pedido não pôde ser imediatamente aprovado porque alguns aviões
estavam voando acima dele naquele momento", explicou.
Essa foi a última comunicação com o vôo.
"Dois ou três
minutos depois, quando o controlador estava dando uma autorização para o
nível de 34.000 pés, o avião não deu nenhuma resposta", disse Darjono.
Estavam a bordo
155 passageiros e outros sete integrantes da tripulação. Entre eles há
155 indonésios, três sul-coreanos, um britânico, um francês, um malaio e
um cingapuriano.