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No DF, suspeitos de arrombar caixas eletrônicos são presos em avião

Ação era comandada de presídio na PB, diz polícia; grupo usava maçarico.
Investigação durou dois meses e aponta envolvimento de 10 suspeitos. 
Grupo suspeito de arrombar caixas eletrônicos é preso dentro de avião no aeroporto JK, em Brasília (Foto: Polícia Civil/Divulgação)
Cinco suspeitos de furtar caixas eletrônicos no Distrito Federal e em dois estados com a ajuda de maçaricos foram presos na manhã desta sexta-feira (20) em um avião no Aeroporto Internacional de Brasília. Segundo a Polícia Civil, os homens têm idades entre 23 e 32 anos e chegavam de Joinville, em Santa Catarina, para praticar crimes na capital. Na delegacia, os suspeitos não deram declarações.
Uma equipe de seis policiais do DF acompanhava o grupo na cidade catarinense e viajou com os suspeitos no mesmo avião. A prisão foi anunciada após o pouso, quando parte dos passageiros já havia deixado a aeronave. Um homem que aguardava o grupo na sala de desembarque também foi preso.
 
Na bagagem despachada pelos homens, a polícia encontrou serras-copo, bicos de maçarico, pés de cabra, luvas e outros equipamentos supostamente utilizados nos furtos. Horas depois, uma mulher foi presa e uma adolescente foi apreendida em uma casa em Taguatinga Norte.

De acordo com a investigação, elas são casadas com membros do grupo e também participaram das ações criminosas.

Já estávamos há um ano e meio sem registro desse tipo de crime. Quando veio o primeiro, em novembro, a gente sabia que a conduta ia se repetir. Foram dois meses de monitoramento no DF, em Santa Catarina e em Fortaleza, e hoje conseguimos prender toda a quadrilha"
 
Fernando Cesar Costa, hefe da Delegacia de Repressão a Roubos e Furtos do DF
 
Outros dois suspeitos já estão presos e também responderão pelos crimes. Um deles, de 25 anos, comandava o grupo de dentro do presídio regional de Cajazeiras, na Paraíba. No total, dez pessoas serão indiciadas pelos crimes de organização criminosa e roubo qualificado.

Especialistas
Segundo o chefe da Delegacia de Repressão a Roubos e Furtos, Fernando Cesar Costa, a organização criminosa era hierarquizada e tinha “especialistas” no uso de maçarico para arrombar os caixas eletrônicos. Entre novembro de 2014 e janeiro de 2015, quatro agências do DF foram vítimas do grupo.

“Já estávamos há um ano e meio sem registro desse tipo de crime. Quando veio o primeiro, em novembro, a gente sabia que a conduta ia se repetir. Foram dois meses de monitoramento no DF, em Santa Catarina e no Ceará, e hoje conseguimos prender toda a quadrilha”, diz o delegado.

Costa afirma que a cidade de Joinville é conhecida por “exportar mão de obra especializada no uso de maçaricos”, graças ao polo industrial metalúrgico do estado. Segundo ele, a polícia e as agências bancárias da região já conhecem o modo de operação e adotam condutas especiais para coibir o crime. Com isso, os grupos viajam para praticar roubos em outras regiões do país.

Um dos suspeitos, de 28 anos, já tinha sido preso em 2011 por furto a banco com uso de maçarico. Ele estava foragido e tinha mandado de prisão em aberto mas, de acordo com Costa, viajava pelo país utilizando o próprio nome. Até esta sexta (20), o fugitivo não tinha sido parado em nenhum aeroporto.

Os suspeitos vão responder por organização criminosa e furto duplamente qualificado (arrombamento e concurso de pessoas). A pena total para cada um dos suspeitos, caso sejam condenados, pode superar 50 anos de prisão.

Furtos em série
A investigação da Polícia Civil identificou furtos com maçarico no Setor de Indústrias Gráficas, em 29 de novembro; na Universidade de Brasília, em 14 de dezembro; na quadra 502 Norte, em 25 de dezembro, e na QNA 16 em Taguatinga Norte, em 18 de janeiro. No terceiro caso, Costa afirma que o grupo estacionou o carro na faixa exclusiva de ônibus da W3 Norte e permaneceu no local por 20 minutos, sem que houvesse qualquer abordagem policial.

Além dos furtos no Distrito Federal, cinco ocorrências semelhantes no Ceará e em Goiás foram atribuídas ao grupo. A polícia trabalha ainda com a possibilidade de duas ações no Tocantins. Até o momento, a estimativa é de que eles tenham arrecadado cerca de R$ 500 mil.

Operação
A ação foi batizada de Operação Torcia (torcha, em italiano), em referência ao uso dos equipamentos. De acordo com o delegado, 40 policiais da capital colaboraram com a investigação. O Instituto de Criminalística do DF, a polícia de Santa Catarina, o Ministério Público e o Poder Judiciário também ajudaram na prisão do grupo.



Fonte: G1