Homens gerenciavam organização criminosa que é citada também em investigações de tráfico e ataques a bancos
Dois homens,
suspeitos de chefiarem uma organização criminosa com atuação no tráfico
de drogas, ataques a instituições financeiras e homicídios, foram presos
após trabalho conjunto das polícias Civil e Militar. O grupo é apontado
como atuante no Ceará e nas divisas com outros Estados do Nordeste.
Dentre os crimes, cerca de 50 homicídios são atribuídos à quadrilha.
A dupla foi
presa após ação desenvolvida pelo Departamento de Inteligência Policial
(DIP) da Polícia Civil e pelo Serviço Reservado da Polícia Militar.
Segundo informações da investigação, eles atuam desde o ano de 2005.
Ações do grupo criminoso teriam sido registradas também nos estados do
Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Goiás e Pará.
Na tarde de
ontem, os detalhes da operação foram apresentados pelo delegado adjunto
da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), Eduardo Tomé, e pelo delegado do
Departamento de Inteligência Policial (DIP), Luiz Carlos Dantas.
Homicídios
Conforme Tomé, a
quadrilha atua há mais de 10 anos. "Investigamos esse grupo criminoso
já há muito tempo. Eles são citados como responsáveis por mais de 50
homicídios e ligados ao tráfico de drogas e ataques a bancos,
principalmente no Vale do Jaguaribe, no Ceará, desde 2005".
Willame Huaina Diógenes Cintra, 24, responde por um homicídio e possuía dois mandados de prisão em aberto também por homicídio.
Francisco
Ozivaldo da Silva Sousa, 28, responde a dois roubos e possuía três
mandados de prisão em aberto por homicídio. Eles foram presos nas
residências onde viviam com as famílias, em um condomínio localizado no
Km 11 da rodovia CE-065, em Maracanaú, Região Metropolitana de Fortaleza
(RMF), na última quinta-feira (29).
Com a dupla,
foram apreendidos dois revólveres calibre 38 municiados e dois veículos.
"Eles costumavam andar juntos mas no momento da prisão estavam em
locais separados. Eles moravam no mesmo condomínio, como se fossem
cidadãos. Ao serem abordados, apresentaram nomes e um documento de
identidade falso", disse Dantas.
Ainda em poder
dos dois presos, foram apreendidos R$ 10.200 em espécie e R$ 900 em
cheques. "O dinheiro da quadrilha era oriundo de ações contra bancos,
que financiavam o tráfico de entorpecentes e a compra de armas. Já as
mortes, eram pela disputa da venda de drogas. As prisões foram em
cumprimento dos mandados, mas eles ainda foram autuados por posse ilegal
de arma de fogo, e o Ozivaldo, por uso de documento falso", esclareceu
Tomé.
Interestadual
O delegado do
DIP, Luiz Carlos Dantas, enfatizou que não há fronteira geográfica para a
atuação do grupo. A quadrilha, conforme Dantas, atuava em vários
Estados do País. A maior quantidade de citações, no entanto, é no
Nordeste.
"Eles atuavam,
principalmente, no Vale do Jaguaribe, no Ceará, mas há informações de
que também cometeram crimes em Fortaleza e em cidades que fazem divisa
com outros Estados como Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte. O
Ozivaldo já passou também por Goiás e Pará, chegando inclusive a ser
preso", disse.
Dantas
conclamou a população para auxiliar a Polícia nos trabalhos
investigativos, fazendo o reconhecimento dos dois homens presos, para
que assim mais crimes sejam desvendados.
"A importância
desta prisão é que o cidadão reconheça estes dois homens, já que eles ão
apontados como envolvidos em diversos crimes. Há a necessidade de
testemunhas que forneçam à Polícia as informações necessárias para
constituirmos as provas e eles permaneçam um longo tempo na cadeia",
disparou.
O delegado
frisou que as denúncias podem ser feitas a qualquer Delegacia, bem como
através do número 190. O sigilo do denunciante é garantido.
Herança
Willame e
Ozivaldo não chegaram ao posto de chefes da quadrilha por acaso. Eles
sucederam José Delano Diógenes, que é primo de Willame.
Delano foi
capturado em junho do ano passado pela Polícia do Rio Grande do Norte,
quando passeava em um shopping. Segundo Tomé, o homem já preparava um
ataque naquele Estado.
"O Delano era o
chefe da quadrilha. Ele foi preso vivendo também como um cidadão, em
Mossoró, usando identidade falsa. Suspeitamos que ele já estivesse
estudando alvos para algum ataque por lá. Com ele preso, os comparsas
assumiram. A retirada desses dois de circulação, agora, abateu o grupo
criminoso e a tarefa da Polícia é tirar das ruas todos os envolvidos nas
ações cometidas pela quadrilha", salientou o delegado adjunto da DRF.
Delano responde
por homicídio, três roubos, porte ilegal de arma de fogo. Ao ser preso
em Natal, ele foi recambiado para o Ceará, onde permanece recolhido em
uma unidade prisional. Ele é suspeito de, entre outros crimes, ter
executado o pistoleiro Idelfonso Maia Cunha, o 'Mainha', em 2011.
Levi de Freitas
Repórter
Repórter
Fonte: Diário do Nordeste