Sob vaias, os dois parlamentares foram chamados de traidores por terem votado a favor do Projeto de Lei 4330, que flexibiliza as terceirizações
Os
deputados federais cearenses Raimundo Gomes de Matos (PSDB) e André
Figueiredo (PDT) foram hostilizados por sindicalistas na manhã desta
quarta-feira (22) enquanto embarcavam no Aeroporto Internacional Pinto
Martins, em Fortaleza, rumo a Brasília. Sob vaias, os dois parlamentares
foram chamados de traidorespor terem votado a favor do Projeto de Lei
4330, que flexibiliza as terceirizações em todos os setores do País.
O projeto deve retornar à pauta da Câmara nesta quarta (22)
e quinta (23) para que os deputados concluam a análise dos destaques e
das emendas apresentados ao texto-base, que já foi aprovado. No dia 14 de abril um protesto semelhante já havia sido feito no Aeropor
Os manifestantes foram mobilizados pela Central Única dos Trabalhadores
(CUT), que contava com representantes de categorias como professores,
metalúrgicos, bancários, correios e setores têxteis. Faixas e cartazes
com fotos dos parlamentares que votaram a favor do projeto foram
exibidos no saguão de embarque do aeroporto.
Carlos Eduardo Bezerra, presidente do sindicato dos bancários,
classificou a aprovação do PL-4330 como a "desorganização do trabalho,
dos sindicatos, dos direitos garantidos nas negociações coletivas". "Nós
queremos uma outra agenda, que venha a valorizar o trabalho e não
precarizar", comentou, mostrando um cartaz com a foto de 10 deputados
cearenses que votaram a favor da terceirização: Arnon Bezerra (PTB),
Antônio Balhmann (PROS), André Figueiredo (PDT), Adail Carneiro (PHS),
Danilo Forte (PMDB), Domingos Neto (PROS), Genecias Noronha (SD), Gorete
Pereira (PR), Leônidas Cristino (PROS) e Raimundo Gomes de Matos
(PSDB).
Questionado
sobre o protesto, André Figueiredo lamentou a hostilização e
classificou como ummovimento oportunista e desinformado. "A nossa
posição é muito coerente e temos absoluta convicção de que estamos
trabalhando com a coerência que a situação exige, ou seja, protegendo os
direitos de mais de 12 milhões
de trabalhadores terceirizados que não têm direito nenhum, evitando a
"pejotização" (transformação dos postos de trabalho em postos de pessoa
jurídica). As vezes há a desinformação e, em outras vezes, a má fé",
disparou o deputado pedetista sobre o assunto.
Também embarcou, mas sem ser notado pelos manifestantes, o presidente da Confederação Nacional dos Dirigentes
Lojistas, Honório Pinheiro, que viajou a Brasília para pressionar os
parlamentares pela aprovação do Projeto de Lei 4330. "Nós entendemos que
se faz necessário (o projeto de lei) para a proteção do próprio
trabalhador, para a atualização do Brasil nas regras de concorrência e é
importante para todos, pois não há prejuízo ao trabalhador", declarou
Honório.
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Com informações do Diário do Nordeste
