Na postagem, homem escreve que assassinato tem que "servir de exemplo".
Amanda Bueno, 29 anos, foi morta dentro de casa, no RJ; noivo confessou.
A estudante de 11 anos, filha da dançarina de funk goiana Amanda Bueno,
de 29 anos, morta no Rio de Janeiro, recebeu ameaças e ofensas no seu
perfil de uma rede social. Ela postou o recado enviado e pediu que seus
amigos denunciassem o homem que enviou o texto. Em uma parte da
publicação, o rapaz diz: “Que sirva de exemplo para você e as mulheres”,
se referindo ao assassinato da mãe da menor.
O G1 tentou contato com a família da estudante, mas as ligações não foram atendidas até a publicação dessa reportagem.
A postagem foi feita no último dia 21. Nos comentários, diversos amigos
manifestaram apoio à estudante. “Tem uma delegacia específica para
esses casos. Isso é um doente”, diz uma das publicações.
Em outros recados, os usuários demonstram revolta com o comentário
feito pelo rapaz: “É por causa de monstros como esse que o Brasil não
vai para frente”.
Até as 11h desta quinta-feira (23), a postagem já tinha quase 500 curtidas e 139 compartilhamentos.
Enterro
Amanda foi enterrada em Trindade, Região Metropolitana de Goiânia no último dia 19. A filha da dançarina conta que só acreditou na morte ao ver o caixão durante o velório. "Assisti ao vídeo, vi as fotos que tiraram, mas ainda não tinha acreditado. Meu mundo caiu", disse ao G1, no momento em que chegou com parentes ao cemitério.
Amanda foi enterrada em Trindade, Região Metropolitana de Goiânia no último dia 19. A filha da dançarina conta que só acreditou na morte ao ver o caixão durante o velório. "Assisti ao vídeo, vi as fotos que tiraram, mas ainda não tinha acreditado. Meu mundo caiu", disse ao G1, no momento em que chegou com parentes ao cemitério.
A menina disse que estava na expectativa pela visita da mãe no feriado
de Tiradentes, mas foi surpreendida com a notícia da morte dela, na
quinta-feira. "Eu estava numa alegria na escola, falei para as minhas
amigas que elas iam conhecer a minha mãe. Aí, quando eu cheguei em casa
vi minha avó e meu primo de 9 anos chorando. Daí ele me contou, eu
desmaiei, fui parar no hospital", lembrou.
Apesar da distância, a menor disse que Amanda era uma mãe presente e
falava todos os dias com a filha. "Vou sentir falta do jeito que ela me
chamava de princesa, das brincadeiras com as bonecas. Ela era muito
carinhosa, vou sentir falta de tudo", lamentou. Órfã de pai há cinco
meses, a estudante continuará morando com a avó.
Noivo confessou ter matado a dançarina goiana Amanda Bueno (Foto: Reprodução/Facebook)
Crime
O crime ocorreu na casa onde Amanda morava com o noivo, na região da Posse, em Nova Iguaçu (RJ). Segundo a polícia, no vídeo que mostra o homicídio, é possível ver que Miltinho pegou a vítima pelo pescoço, bateu com a cabeça dela 11 vezes em uma pedra do jardim e deu 10 coronhadas na cabeça dela. Em seguida, entrou em casa, vestiu o colete à prova de balas e se armou com um revólver, três pistolas e uma espingarda calibre 12. Ao passar pelo corpo, deu tiros com a pistola e com a espingarda no rosto da vítima.
O crime ocorreu na casa onde Amanda morava com o noivo, na região da Posse, em Nova Iguaçu (RJ). Segundo a polícia, no vídeo que mostra o homicídio, é possível ver que Miltinho pegou a vítima pelo pescoço, bateu com a cabeça dela 11 vezes em uma pedra do jardim e deu 10 coronhadas na cabeça dela. Em seguida, entrou em casa, vestiu o colete à prova de balas e se armou com um revólver, três pistolas e uma espingarda calibre 12. Ao passar pelo corpo, deu tiros com a pistola e com a espingarda no rosto da vítima.
Após a morte, Miltinho saiu, rendeu dois homens e roubou um carro, mas
foi preso logo depois do crime, ao capotar durante fuga da polícia.
Quatro armas, incluindo uma escopeta semelhante à que aparece no vídeo,
foram encontradas no veículo.
Para o delegado Fábio Cardoso, Divisão de Homicídios da Baixada, o
crime pode ter sido motivado por ciúmes. Miltinho teria almoçado com uma
ex-namorada que, no dia do crime, ligou para Amanda para provocá-la. A
ligação teria gerado uma briga, e o noivo saiu de casa. Mais tarde, ele
teria voltado cambaleando.
Após ser preso, Miltinho admitiu o assassinato, segundo afirmou o
advogado Hugo Assumpção. O defensor destacou que ele alegou ter sofrido
um "surto" e que está arrependido do crime. Em depoimento, no entanto,
ele se reservou o direito de ficar calado, conforme esclareceu o
delegado Fábio Raboso, responsável pelas investigações.
A polícia ainda apura se o suspeito tem ligação com milícias na região
da Baixada Fluminense. “Diante do que a gente viu nesse crime,
verificando o poderio financeiro dele, com veículos muito caros, a posse
de um verdadeiro arsenal, com armas de grosso calibre e farta munição,
somado ao fato dele estar envolvido com exploração do transporte
clandestino na cidade e considerando essa violência desmedida com uma
pessoa com quem ele vivia, tudo indica que ele pode ter envolvimento com
grupos criminosos que atuam naquela região”, disse o delegado.
Fonte: G1