Servidores do Fórum, um advogado e um empresário são investigados.
Procurador recebia propinas para agilizar processos de desapropriação.
O Ministério Público Estadual do Ceará (MPCE) investiga o
procurador-geral de Aquiraz, na Grande Fortaleza, por suspeita de
peculato, corrupção passiva e ativa, falsificação de documento público,
uso de documento falso, advocacia administrativa e fraude processual.
Segundo as investigações, o procurador David Sucupira Barreto recebia
propina para agilizar processos de desapropriação.
Também são
investigados dois servidores do Fórum do município, um empresário e um
advogado.
Mandados de busca e apreensão foram cumpridos nesta quinta-feira (21) em Fortaleza
e Aquiraz, pelo MPCE e a Polícia Civil.
Os mandados, autorizados pela
Justiça, resultam de uma denúncia-crime apresentada pela 2ª Promotoria
de Justiça de Aquiraz e por membros da Procuradoria dos Crimes Contra a
Administração Pública (Procap) e do Grupo de Atuação Especial de Combate
ao Crime Organizado (Gaeco). Na ocasião, foram coletados documentos e
computadores em endereços de servidores públicos.
O G1 tentou falar com o procurador-geral de Aquiraz, David Sucupira Barreto, mas os telefones não foram atendidos.
De acordo com as investigações, nas quais foram usadas medidas de
quebra de sigilo telefônico e delação premiada, eles são acusados de
envolvimento num esquema de agilização de processos de desapropriação de
imóveis sob pagamento de propina. Os imóveis estão situados no Distrito
Industrial do Parque Giboia, criado pela Prefeitura de Aquiraz para
regularizar as doações prometidas pela administração municipal aos
proprietários de empresas ali estabelecidas.
David Sucupira Barreto se
utilizou da condição de procurador-geral para solicitar e receber
propinas, de acordo com o MPCE.
Em pelo menos quatro casos identificados, segundo o MPCE, os antigos
proprietários desapropriados foram enganados, pois os valores eram
recebidos em seus nomes por meio de procurações falsas preparadas pelos
envolvidos, com as quais estes conseguiam receber o dinheiro depositado
pela Prefeitura a título de desapropriação.
Com o material apreendido durante as diligências, o MPCE vai prosseguir
as investigações para identificar outros casos ocorridos em Aquiraz,
com a colaboração de pessoas direta ou indiretamente envolvidas em
práticas criminosas dessa natureza, com a garantia de recebimento dos
benefícios previstos em lei de delação premiada.
Fonte: G1 Ceará