Presentes em 37 municípios do Ceará, os registros de
casos de microcefalia ainda sob investigação preocupam. Com um salto de
80 para 128 casos da doença em apenas uma semana, de acordo com as
informações divulgadas pela Secretaria de Saúde do Estado (Sesa), por
meio do boletim epidemiológico, o Governo Estadual do Ceará lançou uma
campanha para combater o Aedes aegypti, transmissor da doença, dentro
das residências.
Junto aos aumentos nos números, muitos boatos há cerca da enfermidade
ganharam força nas redes sociais. A fim de esclarecer a real motivação
para a infecção pelo vírus Zika, o Ministério da Saúde intensificou as divulgações para proporcionar conhecimento sobre as causas que resultam na enfermidade.
Um dos boatos que têm circulado nas redes sociais e nos aplicativos de bate-papo é que a microcefalia está relacionada ao uso de vacinas vencidas.
Esta, foi a primeira história a ser desmentida pelo ministério, que
afirmou não existir registros na literatura médica nacional e
internacional sobre a associação do uso de vacinas com a
microcefalia.
A Pasta ressalta que todas as vacinas ofertadas pelo Programa Nacional de Imuização (PNI)
são seguras e que desde 1983, os lotes por amostragem de
imunobiológicos adquiridos pelos programas oficiais de imunização vêm
sendo analisados, garantindo sua segurança, potência e estabilidade,
antes de serem utilizados na população.
Dentre os esclarecimentos divulgados, o Ministério da Saúde responde
ser mito que aumento de casos de microcefalia está relacionado ao uso de
mosquitos com bactéria e que o parâmetro para identificar a doença, com
a finalidade de esconder o número de casos, tenha sido modificado.
Em nota, a Pasta divulgou que "desde 2014, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz),
em parceria com o Ministério da Saúde, desenvolve o projeto “Eliminar a
Dengue: Desafio Brasil” que propõe o uso de uma bactéria naturalmente
encontrada no meio ambiente, inclusive no pernilongo, chamada Wolbachia.
Quando presente no Aedes Aegypti, a bactéria é capaz de impedir a
transmissão da dengue pelo mosquito... A pesquisa é inédita no Brasil e
na América Latina. O estudo já foi realizado, com sucesso, na Austrália,
Vietnã e Indonésia – onde não existem relatos de aumento dos casos de
microcefalia".
À nível nacional, a doença já foi notificada em 549 municípios,
até o dia 12 de dezembro. Em todo o Brasil foram registrados 2.401
casos, e 134 confirmados. No Ceará, a única morte devido à doença
ocasionada pelo vírus Zika já confirmada aconteceu em Tejuçuoca, na
Região Norte.
O ministério adianta ainda que todos os casos de crianças com
microcefalia relacionada ao vírus Zika serão investigados. A mudança
para o parâmetro do perímetro cefálico igual ou menor de 32 centímetros
segue recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e é apoiada
pela Sociedade Brasileira de Genética Médica e tem suporte da equipe do
SIAT (Sistema Nacional de Informação sobre Agentes Teratogênicos).
Fonte: Diário do Nordeste