O Ceará registrou um caso de raiva humana em outubro. O
paciente em questão é morador da zona rural do município de Iracema,
agricultor, de 37 anos. O paciente deu entrada no Hospital São José, em
Fortaleza, no último dia 20, mas sofria dos sintomas compatíveis com a
raiva desde o dia 15 de outubro.
Em relatório assinado por representantes do Ministério da Saúde e da
Secretaria da Saúde do Ceará, o paciente foi agredido no pé esquerdo por
um morcego hematófogo, ou seja, que se alimenta de
sangue, enquanto dormia, em 16 de setembro. Ele teria, em seguida,
matado e descartado o animal, não tendo procurado qualquer ajuda médica
após o acidente.
Diagnóstico
Para certificar-se do diagnóstico da raiva, no dia 21 de outubro foram
enviadas ao Instituto Pasteur, em São Paulo, amostras de soro, líquor,
folículo piloso e saliva do infectado. Nesta terça-feira (25), o
Instituto informou como positivo o resultado laboratorial para a amostra
do folículo piloso, compatívelcom a linhagem do vírus que circula em
morcegos hematófagos.
Desde que foi encaminhado ao Hospital São José, equipe médica acompanha o paciente, com a administração do soro antirrábico na
mesma data de entrada no hospital. Em 24 de outubro, seguindo o
Protocolo para Tratamento de Raiva Humana no Brasil, o Ministério da
Saúde enviou ao hospital o medicamento Biopterina.
De acordo com a diretora do Hospital São José, dra. Tânia Coelho, o
paciente encontra-se na Unidade de Pronto Atendimento (UTI), em estado
grave, porém estável. Ela afirma que os níveis de mortalidade em relação
a doença são de quase 100%, mas ressalta que há dois casos no Brasil em
que o tratamento foi eficaz e reitera que todos os protocolos estão
sendo seguidos para tentar salvar a vida do paciente.
A última morte por raiva humana no Ceará foi em 2012, transmitido por
um soim, em Barbalha, no Cariri. A vítima foi uma criança de 9 anos, que
passou duas semanas internada no Hospital São Vicente de Paulo.
Fonte: Diário do Nordeste