Delegacia de Ubajara apura esquema de pirâmide financeira. Vítimas na cidade denunciam que não recebiam as motos.
Uma
operação policial em Ubajara, no interior do Ceará, prendeu
preventivamente uma comerciante na manhã desta sexta-feira (10) suspeita
de fraude em um esquema de suposto "consórcio" de motos que funcionava
como "pirâmide financeira", conforme a delegacia municipal.
A
empresária deixou de entregar as motos para os sorteados e também para
as pessoas que concluíam os pagamentos do consórcio ao fim do prazo. A
polícia, que investiga o caso como crime de estelionato, estima que
cerca de 500 pessoas foram vítimas nos últimos quatro anos.
O
delegado Rubani Pontes Filho explica que, inicialmente, duas sócias
eram responsáveis pelos trabalhos. "Elas faziam grupos do consórcio, as
pessoas davam o dinheiro, e elas davam as motos. A pessoa pagava durante
48 meses. Num sorteio, se a pessoa tivesse pago apenas um mês e fosse
contemplada, o restante do grupo custeava. Há uns dois anos, as sócias
romperam, e o consórcio foi ficando sem grupos novos e sem dinheiro para
honrar os grupos antigos", descreve o delegado.
Apesar
disso, a empresária que permaneceu no esquema continuou a receber o
dinheiro dos grupos mais antigos. "Mas não entregava as motos para os
sorteados nem para os que concluíam o pagamento dos 48 meses", explicou o
investigador. As vítimas, que são de Ubajara e já foram ouvidas,
denunciaram a fraude à polícia.
A comerciante está presa em casa por questões de saúde, explicou o delegado. A mulher ainda será ouvida pela polícia.
A
operação também cumpriu mandados de busca e apreensão de documentos e
objetos na casa da empresária e na casa da mãe dela. A polícia ainda vai
fazer um levantamento dos valores dos pertences apreendidos, e que
serão encaminhadas ao poder judiciário.
"São
objetos da loja de peça de motos que ela tem e foram encontrados na
casa da mãe dela, servindo de depósito. Peças, capacetes, pneus. Ela
estava enganando as pessoas, dizendo que não tinha nada dentro da loja, e
estava guardando objetos na casa da mãe. Incluindo objetos de pessoas
onde se constata pirâmide financeira", afirmou o delegado.
Fonte: G1
