Andreas von Richthofen, de 29 anos, irmão de Suzane von Richthofen,
foi internado nesta terça-feira (30), no Hospital do Campo Limpo, na
zona sul de São Paulo, após ser abordado pulando um muro de um imóvel na
região da Cracolândia, no centro.
Aparentemente em surto psicótico, ele foi levado ao
hospital, onde acabou sendo internado. O paciente deve ser transferido
ainda nesta terça-feira para um hospital psiquiátrico.
Richthofen havia sido abordado por equipes de Saúde da Prefeitura no
dia anterior. A ele, foi oferecido cuidados e tratamento médico, mas o
paciente recusou. Andreas estava frequentando a Cracolândia. O local era
usado por ele como ponto de abastecimento, para compra de droga.
Relembre o caso
Andreas tinha 15 anos quando a irmã, Suzane, foi presa sob acusação de
ter matado os pais, Manfred e Marísia, na casa da família, em 2002. Ele
estava em uma LAN house na hora do crime, levado pela irmã e pelo
namorado dela, também condenado pelo crime.
Com a morte dos pais e a prisão da irmã, Andreas ficou sob a guarda de
um tio -Miguel Abdalla Neto- até que alcançasse a maioridade. Já a
herança da família foi confirmada apenas para Andreas em 2015, após
Suzane ser considerada "indigna" pela Justiça. Ela já tinha declarado um
ano antes que abrira mão do dinheiro a favor dele.
O rapaz passou no vestibular de medicina na Unifesp e em farmácia na Universidade de São Paulo. Formou-se na última, e hoje é doutor em Química Orgânica, também pela USP.
Suzane afirmou em 2015 que não via o irmão desde 2006, quando houve o
julgamento. "Eu sei que meu irmão sofreu muito, mas como ele passou
estes anos, eu não sei. Se eu sofri aqui dentro [no presídio], imagino
ele lá fora. Quando ele diz o sobrenome, qualquer um reconhece, e ele
terá que carregar isto para sempre", disse ela na ocasião.
Sem nunca falar publicamente sobre o crime, o rapaz quebrou o silêncio também em 2015, após promotor Nadir de Campos Junior afirmar
em um programa de TV que Manfred mantinha contas na Europa por contra
de desvios ocorridos nas obras do trecho Oeste do Rodoanel, realizadas
pela Dersa, local em que ele trabalhava.
Andreas contestou as acusações e, apesar de não falar sobre a irmã, classificou o crime como "nojento"
e chamou ela e os outros dois acusados de assassinos. "Entendo que sua
raiva e indignação para com estes três assassinos seja imensa e muito da
sociedade compartilha esse sentimento. E eu também. É nojento", afirma
ele em uma carta.
Fonte: Diário do Nordeste