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"Todos suspeitavam que acontecia algo estranho naquele apartamento", diz funcionário vizinho

A revelação de que empresário mantinha em cárcere privado a esposa e os 6 filhos foi assunto do dia na vizinhança

Funcionário de estabelecimento estranhava o jeito de Massaharu na vizinhança: "Ele era esquisito. Não era uma atitude normal" (FOTO: Reprodução TV Jangadeiro)
Funcionário de estabelecimento estranhava o jeito de Massaharu na vizinhança: “Não era normal” (FOTO: Reprodução TV Jangadeiro)
Como uma pessoa mantém sua família reclusa em apartamento, no 2º andar de um prédio, durante 19 anos, numa região densamente povoada, e ninguém na vizinhança fica sabendo? A pergunta ecoa em Fortaleza desde que o caso de cárcere privado foi descoberto pela Defensoria Pública do Ceará, nesta sexta-feira (25).

Para o funcionário de um estabelecimento vizinho ao edifício da Rua Visconde de Mauá, no Bairro Dionísio Torres, muitos vizinhos estranhavam o que acontecia ao lado. Segundo ele, havia um pacto de silêncio em torno da vida de Massaharu Nogueira Adachi, o homem suspeito de manter presos em casa a esposa e os 6 filhos.

“Todo mundo que mora aqui ou trabalha próximo suspeitava que acontecia algo de estranho naquele apartamento. Na verdade, tinha pessoas que sabiam, mas todo mundo tinha medo de se meter, né?”, denuncia o homem, em entrevista ao Tribuna do Ceará, sob a condição do anonimato.

Ele é um dos poucos que falam com a imprensa sobre o assunto. No dia seguinte à revelação do cárcere privado, abordagens de curiosos aos funcionários de estabelecimentos vizinhos ao prédio não foram bem recebidas por todos neste sábado (26). É evidente um cuidado ao comentar o caso que chocou a cidade.
“Uma coisa suspeita”

Para o homem que conversou com o Tribuna do Ceará, o empresário Massaharu, descendente de japoneses, parecia sofrer de transtorno psicológico. “Ele comprava umas coisas, mas logo voltava para casa. Era sempre uma coisa muito rápida, sem falar com ninguém. Uma coisa suspeita”, relembra.

Para o funcionário, o envolvimento dele com um caso de cárcere da família em sua própria casa explica a postura perante a vizinhança. “Ele era estranho, esquisito. Não era uma atitude normal“, relata.

Para o homem, a pessoa que denunciou o caso à Defensoria Pública fez um grande favor aos 6 filhos do empresário, de 4 a 19 anos, que viviam sem contato com o mundo exterior. “A pessoa que teve a coragem de denunciar esse absurdo deveria ser premiada“, prega.



Fonte: Tribuna do Ceará