LUTANDO PELA VIDA
Todos nós queremos e pensamos em viver muito
tempo, criar nossos filhos, conseguir realizar os nossos sonhos, fazer
projetos para viver mais e melhor e enfim, a vontade de vermos os nossos
filhos progredir e serem felizes.
Às vezes tudo isso está ao nosso
alcance mas outras, vemos a cada dia se distanciar mais, em razão de
acontecimentos que criam um intervalo na nossa existência,e aí nos
deparamos com a impossibilidade sequer de mantermos antigos sonhos ainda
vivos e esperança de uma vida normal.
É bem sabido que quem tem fé,
parece, não é provado, que vence obstáculos e consegue avança na sua
caminha rumo aos seus objetivos. Chegar a um momento em que há uma
ameaça de fechamento de todos os caminhos, aí é duro, não desesperador
mas para que isso não ocorra, temos que ter muito controle, coragem e
encarar a vida de frente, sabendo que não vamos viver eternamente e que
queira ou não, a morte um dia baterá à porta e nos arrebatará a vida.
Passei por esse problema de saúde mas sempre acreditei que o final iria
ser feliz, aliás, mesmo já muito distante de isso vir a ocorrer, ainda
não entreguei meus pontos, embora a realidade nua e crua buzine ao nosso
ouvido assim como um alarme.
Ontem Hélio Lopes , Hélio Filho e eu,
fomos a Sobral, para um retorno desse procedimento cirúrgico e
novamente não deu certo, mas já que a biópsia esta pronta, trouxemos e
resolvemos ao invés de retornar lá em Sobral pela 3ª vez, procuramos o
competentíssimo médico Dr. Sílvio Aragão e claro, ele analisar a dita
biópsia.
Um certo momento de apreensão é claro que existe, pois é um
resultado que determina a tranquilidade, portanto o fim do tratamento ou
a complicação e a continuidade de tratamentos mais agressivos, como,
dependendo do caso, quimioterapia ou radioterapia. Não é que deu
positivo para CA, falando um português bem claro, estou com um câncer
no pâncreas, como é sabido esse tipo de doença, de 100 casos, 75 não
resistem, portanto apenas 25 conseguem sobreviver.
Vamos tentar lutar
para ver se estou entre esses 25 que vencem senão, fazer o quê?
Conversamos com o Dr. Sílvio demoradamente e ele deu muita força,
explicou que esses tratamentos hoje são bem mais modernos e vamos
procurar lutar para viver.
Que é complicado, não tenha dúvida mas se a
gente um dia vai ter que morrer, disso não se pode escapar, não custa
tentar. Aqui entra fé, entra coragem, decisões e uma série de coisas
que aos poucos vai caindo a ficha. Vamos lutar? Sim, avante pois depor
as armas antes da derrota é pura covardia.´