As primeiras informações indicam que o atirador teria disparado contra oito pessoas que rezavam no local.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) socorreu os feridos para hospitais da cidade
Reprodução.
Ao menos quatro pessoas foram mortas a tiros na Catedral Metropolitana de Campinas
(SP), no início da tarde desta terça-feira, 11, segundo o Corpo de
Bombeiros. A principal suspeita é de que um grupo de pessoas foi atacado
por um homem, ainda não identificado, que entrou na igreja e atirou contra os fiéis. Segundo a PM, o suspeito se matou após o ataque - ele portava uma pistola 9 mm e mais um revólver.
Os tiros foram disparados no momento em que ocorria a missa das
12h15. A PM diz ter registrado um chamado pelo 190 às 13h25, com uma
pessoa dizendo que um homem entrou na catedral, fez os disparos e, na
sequência, se matou.
Outras quatro pessoas foram atingidas pelos disparos e sobreviveram.
Elas foram socorridas pelos bombeiros e pelos médicos do Samu (Serviço
de Atendimento Móvel de Urgência) e levadas para hospitais da cidade.
Os bombeiros informaram que os sobreviventes vão passar por cirurgia para a retirada dos projéteis que atingiram partes vitais.
A Catedral de Nossa Senhora da Conceição, localizada no centro da cidade, está cercada pelos agentes das forças de segurança.
Por meio de nota, a arquidiocese de Campinas informou que a catedral está fechada para atendimento às vítimas e apoiar a investigação da polícia. "Contamos com as orações de todos neste momento de profunda dor".
Estatuto do Desarmamento
A eleição de Jair Bolsonaro (PSL) provocou uma nova discussão sobre
ampliar o acesso a armas para autodefesa. Durante a campanha, ele
prometeu revogar o estatuto caso fosse eleito. Para fazer isso, porém, é
necessária aprovação do Congresso.
Aprovado em dezembro de 2003, o Estatuto do Desarmamento limitou a
posse de armas no país e tirou milhares de armamentos das ruas. Até o
início de 2014, quase 650 mil armas de fogo foram entregues
voluntariamente pela população.
Atualmente, 55% dos brasileiros acham que as armas devem ser
proibidas por representarem ameaça à vida dos outros, e 41% avaliam que
possuir uma arma legalizada deve ser direito do cidadão que queira se
defender. Os dados são de pesquisa Datafolha de outubro deste ano.
Em novembro de 2013, 68% achavam que as armas deveriam ser proibidas,
e só 30% queriam armas liberadas. De um lado deste debate está a
hipótese da letalidade, em que o aumento de armas leva ao avanço dos
conflitos com mortes, além da redução dos custos dos criminosos para
obterem armas -porque preços no mercado paralelo caem ou porque fica
mais fácil se apropriar de armas legais.
No extremo oposto, está a hipótese do uso defensivo de armas, segundo
a qual a proliferação de armamentos diminuiria a incidência de crimes
ao mudar o cálculo de risco de criminosos. Eles seriam desencorajados do
enfrentamento diante da maior probabilidade de encontrarem resistência
inesperada por parte da vítima. Lei federal de 2003, o Estatuto do
Desarmamento regula o acesso a armas e restringiu o porte e a posse em
todo o país. Ainda assim, em média seis armas são vendidas por hora no
mercado civil nacional. Neste ano, até 22 de agosto, haviam sido
vendidas 34.731 armas no país.