A inteligência da polícia acredita que a única forma deles terem
comunicação com mundo exterior é através das visitas ou contatos com
advogados. Integrante e fundador da facção criminosa responsável pelos
ataques preso em Pernambuco foi um dos alvos do mandados de prisão.
Operação Torre investiga a participação de integrantes de uma facção criminosa nos ataques recentes no Ceará João Pedro. |
As ordens para os ataques criminosos que
acontecem desta a última sexta-feira (20) partiram de dentro dos
presídios, porém, não saíram das unidades por meio de aparelhos
celulares. A comunicação partiu das visitas e contatos com advogados, de
acordo com as investigações da polícia. O Ceará vive o 7º dia de uma nova onda de atentados incendiários.
Segundo o secretário da Secretaria de Segurança Pública, André Costa,
o órgão realizou buscas dentro das celas dos presos e não foram
encontrados aparelhos celulares. Ele acredita que a comunicação exterior
ocorreu por meio das visitas e contatos com advogados.
“Sobre os presídios do Ceará fizemos buscas realizadas e não foram
encontrados telefones celulares nas celas destes presos. A comunicação
deles não acontece pelo telefone celular. A única forma deles terem
comunicação com mundo exterior é através das visitas ou contatos com
advogados”.
A operação Torre prendeu seis pessoas suspeitas de ordenar ataques desta onda de atentados
e também a torres no dia 1º de abril na Grande Fortaleza. Um deles
estava preso em Pernambuco, - e enviava ordens diretamente a pessoas no
Ceará fora do sistema carcerário -, e outros quatro são internos em
presídios cearense. Uma pessoa está foragida.
O coordenador da Operação Torre da Polícia Federal, o delegado Elanio de Oliveira Júnior, afirmou durante entrevista que a polícia também descarta que as ordens saíram por meio de aparelhos celulares.
“Que as ordens chegaram a gente sabe que chegou. A gente acredita que
não teria sido através da comunicação considerando as retiradas de
celulares de isolamentos que ocorreram. Mas, existem inúmeras e outras
formas das determinações virem do lado externo da cadeia dos presídios. A
maneira de como essas informações chegaram a gente não sabe. Essas
pessoas teriam determinado, mas como essa forma chegou não teria sido
através da comunicação de telefone”, disse.
Explosão de caixas eletrônicos
Além do Ceará, a operação da Polícia Federal também foi realizada em
Pernambuco, onde foi preso, na quarta-feira (25), um homem identificado
como Ednal Braz da Silva, conhecido como “Siciliano”
de 45 anos, natural de Umbuzeiro (PB), integrante e fundador da facção
criminosa responsável pelos ataques. A Polícia Federal disse que Silva
enviava ordens ao Ceará por meio de pessoas que estavam fora do sistema
carcerário.
Segundo o delegado Elanio de Oliveira, o principal alvo da operação
cometeu crimes em 2013 e seu principal alvo eram agências bancárias. Ele
também estaria no comando nos ataques ocorridos em abril de 2019 e que a
polícia não descarta o seu envolvimento nos ataques atuais no Estado.
“Esse preso no Estado de Pernambuco seria um dos fundadores de uma
organização criminosa e que possivelmente estaria envolvido nos ataques
atualmente. Comprovadamente nós já temos que está envolvido nos ataques
ocorridos em abril e diante da necessidade de isolarmos ele de cumprir
logo esse mandado de prisão nós cumprimos esse mandado na data de ontem
[quarta-feira] que seria hoje [quinta-feira] para sim buscar outras
medidas até confirmar realmente a questão da participação dele nos
atuais ataques no Ceará. Ele está preso os crimes que ele cometeu foram
em 2013. Ele participava de explosões de caixas eletrônicos, ele foi
preso com explosivos, armamento, e envolvidos ataques a caixas
eletrônicos”.
Transferência de 12 presos
Durante a coletiva, o promotor de Justiça do Ministério Público do Ceará, Rinaldo Janja, disse que o Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco)
recebeu dois relatórios técnicos sobre a possibilidade de 12 presos
serem transferidos o quanto antes para presídios federais. Esses
relatórios estão sendo estudados e que podem ser enviados para a Vara de
Organização Criminosa.
“O Gaeco recebeu dois relatórios técnicos na Secretaria Administração
Penitenciária (SAP) sugerindo a transferência e inclusão no Sistema
Penitenciário Federal de doze presos ligados a essa facção. E nós
estamos analisando. Após análise do documento emitido pela SAP nós
estaremos ajuizando esses pedidos para junto a Vara de Organização
Criminosa”, revelou.
Fonte: Diário do Nordeste