Dois garotos, com idades de sete e 12
anos, irmãos, morreram tragicamente nesta terça-feira (4) na periferia
da cidade de Itapipoca, na Zona Norte do estado (a 125Km de Fortaleza).
Eles se divertiam mergulhando nas águas do Açude do Mourão, quando
desapareceram repentinamente. Cerca de uma hora depois, os dois foram
retirados do açude por mergulhadores do Corpo de Bombeiros Militar
(CBM), mas já estavam mortos.
De acordo com os primeiros levantamentos
da Polícia, os dois irmãos, identificados por Francisco Cauê, de 7
anos; e João Guilherme, 12 anos, saíram de casa de bicicleta, sem que a
mãe percebesse. Logo que as buscas começaram veio a informações de que
as roupas, chinelos e as duas bicicletas haviam sido encontrados nas
margens do açude.
O desespero tomou de conta dos
familiares, amigos e da vizinhança. Com a chegada da equipe do Corpo de
Bombeiros Militar no local, imediatamente foram iniciados os trabalhos
de resgate. Desesperada, a mãe acompanhou o momento em que os corpos dos
dois filhos foram retirados do fundo do açude. Foram feitas manobras
de reanimação cardiorrespiratória, mas os garotos não resistiram.
Os corpos dos dois garotos foram
recolhidos pela equipe da Perícia Forense do Estado e encaminhados ao
Núcleo Regional da Perícia Forense de Sobral.
Balanço
O número de mortes por afogamento no
Ceará cresceu 13,4% no primeiro semestre deste ano em comparação com
igual período de 2019, de acordo com dados da Secretaria da Segurança
Pública e Defesa Social (SSPDS). Junho foi o mês no qual houve o aumento
mais expressivo, mais que dobrando os casos.
Enquanto o primeiro semestre de 2019
contabilizou 142 vítimas fatais de afogamento, em 2020 o número de
mortes foi de 161. Em junho, houve o registro de 35 ocorrências, mais do
que o dobro das 16 constatadas no mesmo período do ano passado.
De acordo com o tenente-coronel Cícero
Osvaldo, do Corpo de Bombeiros do Estado do Ceará (CBMCE), os dados
registrados nas delegacias cearenses contabilizam mortes por afogamento
que acontecem não só em praias, mas também em acidentes domésticos e
locais onde geralmente não há guarda-vidas, como açudes e lagoas.
“Essas estatísticas são de uma maneira
geral. Elas contam tudo. Pessoas que se afogaram em açudes, contam
pessoas que tenham caído em uma cacimba e pessoas que se afogaram na
piscina de casa. A gente tem um ‘leque’ grande”, afirma o
tenente-coronel. Cícero informa que a quadra chuvosa, período de
fevereiro a maio, foi responsável pelo aumento do nível dos mananciais
de água, como os açudes, que atraíram muitos banhistas e aumentaram os
casos de morte por afogamento.
Fonte: Fernando Ribeiro