Grupo
de extermínio? Esquadrão da Morte? Facção? Acerto de contas de
quadrilhas? Essas indagações estão norteando o trabalho da Polícia do
Ceará diante de uma sequência de mortes misteriosas que vêm sendo
registradas há várias semanas na Grande Fortaleza. Jovens envolvidos em
crimes estão sendo seqüestrado em suas residências e aparecem mortos
sempre da mesma forma: mãos e pés amarrados, cordas no pescoço, sinais
de tortura e tiros na cabeça, caracterizando execuções sumárias.
Nas
últimas semanas, ao menos 15 crimes com as mesmas características e com
o mesmo “modus operandi” foram registrados na Grande Fortaleza. As
vítimas foram tiradas de dentro de casa por desconhecidos, jogadas
dentro de veículos e, horas ou dias depois os corpos são encontrados
baleados, amordaçados e amarrados. Alguns cadáveres são esquartejados
ou decapitados e, mais recentemente, grande parte é carbonizada, fato
que dificulta a devida identificação das vítimas.
Somente ontem, segunda-feira (18), três casos parecidos foram registrados pela Polícia na Capital.
Ainda
era manhã, quando o corpo de um jovem,ainda não identificado, foi
encontrado com marcas de violência (provável tortura) e tiros enrolando
em um colchão. O cadáver foi deixado pelos assassinos no canteiro
central da Avenida F do Conjunto Ceará. O rapaz estava com as mãos
amarradas para trás e um fio envolto no pescoço.
Horas
depois, foi registrado o segundo caso. O corpo de um homem, também com
mãos amarradas para trás e marcas de tiros e de espancamento, foi
localizado em um terreno na altura do quilômetro 10 da BR-116, em
Messejana.
Amarrado
À
tarde, o terceiro crime com as mesmas características dos anteriores
foi registrado novamente em Fortaleza. O corpo de um homem foi deixado
por criminosos nas margens do Rio Siqueira, na zona Sul da Capital.
Embora não tenha divulgado a identificação do morto, a Polícia revelou
que a vítima teria sido seqüestrada na região da Sabiaguaba. O veículo
do homem assassinado, uma caminhonete Hilux, foi encontrado na
Comunidade Marrocos, no bairro Bom Jardim.
O
corpo também apresentava marcas de tiros e a vítima estava com as mãos
amarradas, caracterizando o arrebatamento e seqüestro. A atitude de
manietar a vítima ou refém tem como objetivo impedir uma eventual
tentativa de fuga ou reação diante dos criminosos.
Fonte: Fernando Ribeiro