O
número de casos confirmados da variante Delta do novo coronavírus no
Ceará chegou a seis. Mais dois casos de passageiros que vieram do Rio de
Janeiro no último dia 23 de julho foram divulgado pela Secretaria da
Saúde (Sesa) nesta terça-feira (3).
Os
infectados são uma jovem de 22 anos, moradora de Jaguaretama e um de
20, residente em Ipueiras. Eles vieram em voos diferentes e testaram
positivo para Covid-19 em teste rápido no Centro de Testagem do
Aeroporto de Fortaleza.
Confirmação dos casos foi feita pela Rede Genômica da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Ceará nessa segunda-feira (2).
Outros
quatro casos da variante Delta, originária na índia, haviam sido
confirmados no Estado na última quinta-feira (29), em três mulheres e um
homem, com idades entre 22 e 26 anos, que também vieram do Rio de
Janeiro, entre 19 e 21 de julho.
Todos, inclusive os divulgados nesta terça-feira, foram instruídos a realizar quarentena de 10 a 14 dias.
A Sesa convoca passageiros e tripulantes dos seguintes voos para serem testados:
-Voo GOL 2021 de 23/7/2021 – Rio de Janeiro → Fortaleza
-Voo LATAM 3013 de 23/7/2021 – Rio de Janeiro → Guarulhos → Fortaleza
De
acordo com a pasta, mesmo que os testes sejam negativos, a
autoquarentena de 14 dias é recomendada a todos que estiveram nestes
voos.
MONITORAMENTO
O
contato de tripulantes e passageiros deve ser feito ao Centro de
Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs/CE) pelos números
(85) 98724-0455 / 98438-0480 (das 9h às 17 horas).
Passageiros
podem comparecer, munidos de cartão de embarque e documento com foto,
para realizar exame RT-PCR no Laboratório Central de Saúde Pública do
Ceará (Lacen), que está em posse das listas dos viajantes.
Viajantes
confirmado com a variante delta e outras cepas foram "devidamente
notificados" e são "monitorados ativamente" pela Vigilância
Epidemiológica tanto da Sesa quanto das respectivas Secretarias
Municipais de Saúde.
Novas
coletas para medição da carga viral, potencial De transmissão e estudo
de anticorpos serão feitas. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa) foi notificada e está contribuindo com facilitação de
informações.
TESTAGEM NO AEROPORTO DE FORTALEZA
Desde o último dia 12, passageiros são submetidos a testes rápidos de detecção da Covid-19 no Aeroporto de Fortaleza.
As
análises são feitas de forma conjunta pela Fundação Oswaldo Cruz
(Fiocruz), pelo Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce) e
pelo Lacen.
Como
medida preventiva, no momento em que são positivados pelo teste rápido
de antígeno, ainda no aeroporto, os passageiros são orientados pela Sesa
a cumprir o isolamento.
A
Sesa informou nesta terça-feira (3) que as coletas por amostragem foram
ampliadas de 5% para 20% das pessoas que desembarcam na Capital
oriundos de voos dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Rio
Grande do Sul.
O QUE É A VARIANTE DELTA?
Identificada
pela primeira vez em dezembro de 2020, a nova cepa do coronavírus é uma
das versões do vírus, que faz mudanças consecutivas para adaptação no
corpo humano.
Rapidamente,
a variante Delta, definida como a mais transmissível do SARS-CoV-2, se
tornou a principal pelo mundo. Segundo cientistas, ela é 50% mais rápida
que a primeira variante, a alfa.
QUAIS OS SINTOMAS DA VARIANTE DELTA?
Conforme
o pesquisador David Straim, da faculdade de Medicina da Universidade de
Exeter, no Reino Unido, os sintomas desta cepa são muito semelhantes ao
de uma gripe.
Já
o chefe do Centro de Medicina Social da Universidade Jawaharlal Nehru,
em Nova Delhi, Rajib Dasgupta, conta que também não é possível
distingui-la das demais variantes da Covid-19.
"Todas as infecções causadas pela Covid começam como uma doença viral leve", explicou ele em entrevista concedida ao portal G1.
Apesar
dos sintomas semelhantes, faixas etárias distintas podem sentir a
variante de formas diferentes. Em crianças, por exemplo, diarreia,
coriza, febre e mal-estar são os sintomas mais comuns.
Em adultos e idosos, eles ainda podem surgir por meio dos sintomas comuns da Covid-19, como falta de ar ou tosse.
AS VACINAS SÃO EFICAZES CONTRA A VARIANTE DELTA?
A
pesquisa mais recente sobre a questão foi lançada na última
quarta-feira (21), administrada por pesquisadores do Sistema de Saúde do
Reino Unido, da Universidade de Oxford e do Imperial College London.
Dados
apontam que, já na primeira dose, as vacinas da Pfizer/BioNTech e da
AstraZeneca apresentam resistência contra a nova cepa.
Nesse caso, a taxa de eficácia é de 30,7% para ambas, com uma variação de 25,2% a 35,7%.
Com
duas doses, entretanto, os números sobem. A AstraZeneca possui, nesse
caso, eficácia que pode chegar a 67%, com média entre 61,3% a 71,8%.
Enquanto
isso, duas doses da Pfizer/BioNTech podem proteger o indivíduo
imunizado contra a variante Delta em 88%, variando entre 85,3% a 90,1%.
Ainda
segundo outro estudo, conduzido pela Universidade de Nova York, a
vacina da Janssen, produzida pela Johnson & Johnson teria se
mostrado menos eficiente contra a variante.
Em
laboratório, cientistas identificaram uma eficácia que pode ser menor
que 50% do imunizante contra a cepa em questão. A fabricante, no
entanto, informou que a resposta imunológica ainda existe.
Fonte: Diário do
Nordeste