Uma jovem de 25 anos foi violentada por seis homens durante uma festa em
Águas Lindas de Goiás (GO), na madrugada do último sábado (9/10). A vítima
sofreu oito abusos nas quatro horas em que esteve no quarto. A mulher chegou
ao evento, numa chácara, no final da tarde de sexta-feira (8/10), já com a
intenção de dormir no local e aproveitar a piscina no início do dia seguinte.
Após ser levada para o quarto onde dormiria, por volta das 3h, o primeiro
abusador entrou no local, tirou uma arma, que estava na cintura, e jogou em
cima da cama. O homem, de acordo com relato da vítima, é o subtenente da
Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) Irineu Marques Dias, irmão do
organizador da festa, Daniel Marques Dias.
Em depoimento à Polícia Civil de Goiás, a mulher afirmou ainda que pediu ajuda
de outras pessoas que estavam na festa, porém, não foi ouvida. O Metrópoles
conversou com a jovem na manhã desta quarta-feira (13/10) e, com detalhes
chocantes, ela disse que sentiu medo e ficou paralisada durante toda a
situação.
“Eu estava com medo por causa da arma, então fiquei quieta. Só passava pela
minha cabeça fazer alguma coisa, mas eu não conseguia.” Após o primeiro abuso,
o policial militar guardou a arma no armário do quarto pouco antes de os
demais estupradores entrarem em contato com a vítima.
Relembre o caso
A moradora de Águas Lindas, que não será identificada na reportagem, foi
convidada por um amigo para a festa, no Setor 1 da cidade. Ela chegou ao local
por volta de 17h de sexta. “Ele [o amigo] e mais dois rapazes me buscaram em
casa e me levaram”, afirma. A irmã dela também esteve no evento, mas chegou
depois.
Por volta das 3h e com poucos conhecidos ali, a jovem pediu para duas mulheres
a levarem até um quarto para que pudesse dormir. “Eu já estava com sono,
cansada. Quando eu entrei no quarto, elas fecharam a porta e saíram. Aí, logo
após, entrou o primeiro [homem]. Ele tirou a arma da cintura, jogou na cama e
começou a tirar a roupa dele e a minha também”, relata.
A violência, porém, não acabou ali, uma vez que mais cinco homens teriam se
revezado para estuprá-la. “Depois que ele [Irineu] saiu, entraram mais
dois. Depois, esses saíram e entraram outros dois. Foram algumas vezes que
eles fizeram esse revezamento. Teve uma hora que me deixaram sozinha e
apareceu um na janela e ficou me observando lá sem roupa. Viu que eu estava
desesperada e não fez nada. Depois disso, ele ainda entrou lá e participou”,
narra. O subtenente ainda teria voltado e abusado novamente da vítima antes de
um último homem entrar no quarto para repetir o crime.
Já pela manhã, os homens abriram a porta do quarto e a jovem saiu. “Fingi que
estava tudo bem, eles abriram a porta, eu achei uma camisa lá e vesti. Depois,
vesti a minha por cima, quando achei depois. Fui lá para fora e eles me deram
copo com água e me entregaram meu celular, que estava com eles”, conta.
A camisa que ela vestiu ao sair da casa seria do subtenente e teria o nome
dele. “Tinha escrito ‘S. Irineu'”, afirma. “Meu celular só tinha 4% de
bateria. Eu tentei mandar mensagem para alguém, mas eles ficaram em cima de
mim. Pensei que se eu mandasse mensagem eles veriam e não deixariam eu sair de
lá”, acrescenta.
Conforme conta a mulher, os agressores ainda lhe ofereceram carona para casa,
mas ela conseguiu escapar logo depois. “Eles abriram o portão e queriam me
levar embora. Mas eu falei que não e pedi para chamarem um Uber para mim, já
que meu celular estava descarregando. Quando um deles virou as costas, eu
corri para a rua e saí gritando. Aí, apareceram umas pessoas”, revela.
De acordo com a jovem, vizinhos acionaram os bombeiros e a polícia. Ela foi
resgatada pelo Corpo de Bombeiro Militar do Estado de Goiás (CBMGO) e levada
ao Hospital Municipal Bom Jesus. Os moradores da região também contataram o
irmão da vítima, com quem ela mora, e informaram sobre o ocorrido. “Meu irmão
chegou lá no hospital quando eu estava tomando injeção. De lá, fomos direto
para a delegacia”, finaliza.
Fonte: Metrópoles