Após
prisão de Valeska Pereira Monteiro, conhecida como “Majestade”, a
Polícia Civil do Ceará realiza nesta sexta-feira (19) uma operação de
combate a uma organização criminosa atuante no Ceará. São cumpridos mais
de 800 mandados, sendo 358 de prisão e 455 de apreensão. Até a última
atualização desta reportagem, 161 pessoas haviam sido presas.
Um
dos suspeitos resistiu à prisão, trocou tiros com policiais e foi
baleado no braço. Ele recebe atendimento no Hospital Instituto Doutor
José Frota, em Fortaleza.
"Majestade"
foi presa em agosto quando estava de férias em Gramado, no Rio Grande
do Sul. A partir dela, a polícia obteve informações e mapeou outros
integrantes do grupo criminoso.
Ação em 50 cidades
"A
investigação foi iniciada através da captura de um alvo de uma
liderança de outro estado e a investigação evoluiu. A Draco identificou
quem eram as pessoas que exerciam comando dentro desta organização. Nós
temos alvos em todo o estado Fortaleza, Região Metropolitana, Interior
Norte e Interior Sul e em Pernambuco. Também foram localizados lá",
afirmou o delegado-geral da Polícia Civil, Sérgio Pereira.
Conforme
o secretário da Segurança do Ceará, Sandro Caron, as forças policiais
chegam ao "segundo escalão" da facção com a operação realizada nesta
sexta. “Estamos então prendendo todo o chamado segundo escalão, ou seja,
são os gerentes, as pessoas que estavam a rua comandando diretamente as
ações criminosas desses grupos", disse.
A
ação batizada "Anullare" é realizada em Fortaleza e outras 50 cidades
do Ceará, além de Pernambuco. Segundo a Polícia Civil do Ceará, a
operação é a maior da história da instituição em combate a um único
grupo criminoso.
Prisão durante as férias
A
captura da jovem ocorreu em 26 de agosto, durante o cumprimento de um
mandado de prisão contra ela. A jovem foi depois levada a Fortaleza
(assista, acima, à chegada de Majestade a Fortaleza).
Majestade
tem antecedentes criminais por roubo, associação criminosa, crime
contra a fé pública e tráfico de drogas. Também é suspeita de fazer o
controle financeiro e da distribuição de áreas do tráfico de drogas em
Fortaleza e na Região Metropolitana.
Conforme
as investigações da Polícia Civil, enquanto os membros e grupos
criminosos disputavam territórios, o que resultava em homicídios, a
mulher aproveitava as férias no sul do país.
O
delegado-geral-adjunto da Polícia Civil do Ceará, Márcio Rodrigo
Gutiérrez disse que Majestade era monitorada desde o final de 2020.
Majestade
era considerada foragida desde abril, quando rompeu a tornozeleira
eletrônica. Segundo ele, mesmo fora do Ceará Majestade mulher continuava
comandando tráfico.
"Identificamos
que ela continuava com o seu poder de organização, de deliberação e de
decisão. E uma dessas decisões é exatamente essa de distribuição dos
territórios para que integrantes do grupo pudessem estabelecer seus
comércios de drogas", diz Gutierrez.
Em 2014, Majestade já havia sido presa por liderar uma quadrilha que roubava casas e estabelecimentos comerciais em Fortaleza.
Fonte: G1