Mary
Hellen Coelho Silva, de 22 anos, que foi presa com outros dois
brasileiros por tráfico internacional de drogas na Tailândia, buscava
ganhar dinheiro para custear o tratamento de câncer no útero que a mãe
sofre, há três anos, e já evoluiu para a fase terminal. É o que conta a
sua família.
De
acordo com os familiares próximos, a jovem também nutria o sonho de
abrir uma loja de doces e bolos em Pouso Alegre, Minas Gerais, onde mora
com a mãe e seus quatro irmãos.
Natural
do Rio de Janeiro, Mary Hellen já trabalhou vendendo roupas, na
fabricação e venda de bolos e doces e como atendente de uma
churrascaria, sendo este seu último emprego. A família conta que ela
pediu demissão uma semana antes da viagem para a Tailândia. Viagem esta
que fora mantida em segredo.
–
Ela sonhava alto. Queria uma vida melhor pra ela, para a sobrinha e
nossa mãe. Por isso, só pensava em trabalho. Mas tinha decidido voltar a
estudar esse ano para ter um currículo melhor, né? A gente já vinha
vendendo bolos e doces na rua. Estava dando certo e pretendíamos abrir
ainda esse ano a nossa lojinha – contou Mariana Coelho, irmã de Mary
Hellen.
De
acordo com Mariana, a família não tinha conhecimento do envolvimento
dela com as drogas. Mary Hellen teria informado que viajaria para
Curitiba, mas sem contar o motivo, levando os familiares a pensar que se
tratava de um encontro com um namorado secreto. Todos não tinha a menor
ciência de que se tratava de uma viagem internacional.
Segundo
uma de suas amigas de colégio, Mary Hellen era tranquila, não se
envolvia em confusão e era considerada querida por todos.
–
Ela sempre foi muito amiga de todo mundo e muito boa com todo mundo
também. Era respeitosa, confiável. Desde o diagnóstico de câncer da mãe,
ela vinha sofrendo bastante. Ainda estamos em choque com a prisão dela –
contou Camila Eduardo Campos, de 20 anos.
Para
a melhor amiga da jovem, Angelique Sanches, Mary Hellen foi enganada.
Ela é responsável por uma campanha online para que a moradora de Pouso
Alegre cumpra a pena no Brasil.
–
A Mary Hellen era muito inteligente. Não iria transportar drogas e
ainda mais fora do país. Algum menino deve ter chamado ela para ir pra
Curitiba, devem ter tirado o passaporte por lá e depois ido pra fora do
país. Ela é ‘correria’. Trabalha para conquistar as coisas dela. Já
trabalhou em pastelaria, lanchonete. Não precisava disso – contou
Angelique.
O CASO
Mary
Hellen e um amigo de 27 anos foram presos na última segunda-feira (14),
no aeroporto de Bangkok, na Tailândia. Um outro rapaz, de 24, que
levava parte das drogas em outro voo, também foi preso ao desembarcar.
Os três saíram de Curitiba com a cocaína distribuída nas malas.
O
conteúdo das bagagens chamou a atenção de funcionários durante a
inspeção do raio-X, e as malas foram revistadas. Mary Hellen e o rapaz
levavam 9 quilos da droga em um compartimento secreto. Já o jovem de 24
anos levava consigo 6,5 quilos de cocaína.
Conhecida
pelas duras leis contra o tráfico de entorpecentes, a Tailândia pode
punir o crime com prisão perpétua e até com pena de morte – com base na
quantidade de drogas e nas circunstâncias.
Em
nota, o Itamaraty, por meio da Embaixada em Bangkok, informou que
acompanha a situação e presta toda a assistência cabível aos nacionais,
em conformidade com os tratados internacionais vigentes e com a
legislação local.
Fonte: Pleno News