O
homem apontado como mentor da chacina que deixou quatro mortos em
Monsenhor Tabosa (Sertão dos Crateús) na manhã da última terça-feira
(24) tinha mandado de prisão em aberto e já era investigado por, pelo
menos, 15 homicídios. A informação foi divulgada pela Polícia Civil em
entrevista coletiva realizada nesta quarta-feira (25) que deu detalhes
sobre a prisão de quatro suspeitos de envolvimento nos crimes.
O
nome do suspeito de ser o mandante do crime é Francisco Romário Lima
Pereira, de 26 anos. Conforme o delegado Filipe Freitas, titular da
Delegacia Regional de Crateús, responsável pela investigação, já havia
uma investigação de seis meses contra ele e seu grupo. Sua atuação não
se daria somente em Monsenhor Tabosa, mas também em municípios vizinhos.
Presente
à entrevista coletiva, o titular da Secretaria da Segurança Pública e
Defesa Social (SSPDS), Sandro Caron, afirmou que Francisco Romário era
mandante de todos os homicídios recentes registrados no município. Ele
teria ainda participado diretamente na execução de alguns deles.
O
suspeito foi preso em Canindé, a 120 quilômetros de Monsenhor Tabosa,
enquanto tentava fugir de carro. Com ele, foram presos outros três
suspeitos de praticar a chacina: Edson Bezerra Pereira, de 21 anos;
Pedro Juscelino da Silva Rodrigues, de 21 anos; e Vitor Hugo Alves da
Silva, de 21 anos. Segundo apurado, o grupo integra a facção criminosa
Guardiões do Estado (GDE).
Com
o grupo, a Polícia ainda apreendeu três pistolas e um revólver, além de
185 munições e carregadores. Uma quinta pessoa, que dirigia o veículo
no qual o grupo foi preso, chegou a ser detida, mas foi liberada por não
existirem provas de participação no crime. A Polícia Civil prossegue
com as investigações para a identificar a participação de mais pessoas
na chacina.
Conforme
a investigação, o alvo da chacina era um homem, que não veio a óbito e
que, possivelmente, era chefe de uma organização criminosa do município.
Existe a suspeita de que as vítimas do crime eram familiares desse
homem e, por isso, teriam sido mortas, afirmou o delegado Filipe
Freitas.
As
vítimas da chacina são: Marcelo Lima Santos, de 14 anos; João Francisco
Lima Santos, de 12 anos; Joaquim Nunes da Silva, de 70 anos; e
Francisco das Chagas Pereira dos Santos, de 40 anos. Duas meninas de 11 e
10 anos e uma adolescente de 18 anos também ficaram feridas na ação.
Além
dessas quatro mortes, o grupo ainda é suspeito de cometer um outro
assassinato em Monsenhor Tabosa, registrado cerca de 24 horas antes.
Nesse caso, a vítima foi Jairo Teixeira de Araújo, de 40 anos. Este
crime teria sido praticado, conforme apurado, por os criminosos
acreditarem que a vítima tinha envolvimento com o Comando Vermelho (CV).
Além
dos quatro presos pela chacina, a operação policial prendeu outras três
pessoas, que seriam integrantes de um grupo rival ao dos demais presos.
São eles: José Eieldo Lima da Silva, de 36 anos; Elson Lima Alves, de
21 anos; e João Paulo Alves de Lima, de 18 anos.
Sandro
Caron afirmou que, apesar das prisões, a “pressão operacional” será
mantida na região. Existem relatos de que, por causa do conflito entre
facções em Monsenhor Tabosa, moradores estão sendo expulsos de suas
casas.
“As
equipes do Cotar (Comando Tático Rural) e do Raio (Comando de
Policiamento de Rondas de Ações Intensivas e Ostensivas) da Polícia
Militar serão mantidas, as equipes da Polícia Civil de reforço também
serão mantidas para que se busque localizar e prender outros criminosos
da região”, afirmou o secretário. “Dada a gravidade dos fatos, essa
região é uma prioridade para nós. É um compromisso nosso”.
Fonte: O Povo