Alice Rocha, baleada na Taquara — Foto: Reprodução/TV Globo. |
Alice Rocha, a menina de 4 anos baleada na tarde desta quarta-feira (1º), comprava uma pipoca com a mãe quando um tiro lhe atingiu a cabeça. Na hora, policiais civis trocavam tiros com criminosos. O incidente foi logo depois da escola, na Rua André Rocha, na Taquara.
O quadro dela na madrugada desta quinta (2) era grave. Alice primeiro foi atendida na UPA da Taquara e, transferida, passou por uma cirurgia no Hospital Municipal Miguel Couto. “Ela [a mãe] me disse que foi buscá-la na escola, parou para comprar uma pipoca e estava atravessando a rua para ir pra casa... Quando ela viu, a menina estava cheia de sangue. Ela começou a gritar pedindo ajuda, e a minha neta já estava desacordada”, narrou a avó, Elaine Soares.
Na
porta do hospital, o pai de Alice mantinha a esperança. “É como se
fosse um pesadelo que está sendo difícil de acordar, mas, graças a Deus,
ela está estável. Logo, logo ela vai tá em casa com a gente”, disse
Lucas Rocha. “Por toda a comunidade, é uma criança muito querida por
todos”, lembrou. A mãe de Alice, Andressa Silva Oliveira, de 22 anos,
está grávida de três meses.
O que provocou o tiroteio
Segundo
a Polícia Civil, o tiroteio ocorreu quando agentes da Delegacia de
Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco)
foram verificar uma denúncia de extorsão. Ao chegar ao local, ainda de
acordo com a Civil, a equipe foi atacada por criminosos, e houve
confronto. O tiroteio aconteceu na Rua André Rocha, perto do viaduto de
acesso à Transolímpica.
Uma
pessoa foi presa e uma pistola e um carro roubado foram apreendidos. O
preso foi identificado como Marcos Aurélio Marques de Almeida, conhecido
como Neguinho do Gás.
A
Polícia Militar disse que não participou da ocorrência e foi chamada
para a UPA depois que a menina deu entrada na unidade de saúde. A Draco
informou que recolheu imagens das câmeras de segurança do local para
avaliação. O carro usado pelos investigadores também foi atingido pelos
tiros e foi encaminhado para perícia.
Extorsão a comerciantes
Comerciantes
afirmam que a milícia domina o local de forma violenta e cobra uma taxa
para que eles possam trabalhar. Testemunhas disseram que os milicianos
estavam fazendo essas cobranças no fim da tarde de quarta-feira, quando a
polícia chegou.
Moradores
contaram que era por volta das 17h quando milicianos estavam sendo
perseguidos pela polícia na Rua André Rocha. O carro dos criminosos foi
atingido por tiros, eles perderam a direção e bateram num poste. Foi a
partir daí que começou a troca de tiros. Os milicianos tentaram fugir e
entraram em uma rua à direita. Alice e a mãe estavam na calçada.
Fonte: Portal G1