Foto: Reprodução/redes sociais. |
Um médico cirurgião foi preso por manter uma paciente em cárcere privado dentro de um hospital. O cirurgião Bolívar Guerrero Silva foi preso nessa segunda-feira, 18, ainda no centro cirúrgico do Hospital Particular Santa Branca, em Duque de Caxias, município do Rio de Janeiro. O crime teria acontecido após o procedimento estético realizado pelo homem dar errado. A vítima ficou impedida de sair do hospital por mais de um mês.
De acordo com informações do Jornal
Nacional, a vítima, uma mulher de 35 anos, teria tido complicações após
um procedimento estético no abdômen, realizado por Bolívar. O médico
teria impedido a transferência da mulher, que estava em estado grave,
para outra unidade de saúde.
Na
última sexta-feira, 15, policiais conseguiram falar com a paciente por
telefone. Segundo informações, a mulher se mostrou desesperada e pediu
para ser retirada do hospital, pois estava com medo de morrer. Ao entrar
na unidade hospitalar, os agentes de segurança viram o estado crítico
de saúde da vítima e solicitaram a prisão preventiva do médico.
Ainda segundo o Jornal Nacional, a
vítima informou que o médico disse que só a transferiria se ela
assinasse um termo de responsabilidade. "Não tinha como ele me
transferir para outro hospital, outro hospital não iria cuidar de mim do
jeito que ele ia me cuidar", informou a mulher.
Segundo
Fernanda Fernandes, delegada responsável pelo caso, cárcere é
qualificado quando a vítima tem a liberdade de locomoção impedida. “Ela
tinha direito de acompanhante, mas não tinha direito a sair do
hospital”, explica.
Os
policiais também pediram pela suspensão do registro profissional de
Bolívar no Conselho Regional de Medicina. Dois assistentes do médico,
dois funcionários e o diretor clínico do Hospital Santa Branca também
passam por investigação.
A vítima ainda está no hospital.
Agora, ela espera a decisão liminar que determina a transferência. "Meu
sentimento é de apavoramento, de dor, de angústia, de querer ir embora,
de querer sair daqui, de querer ter liberdade", relatou a mulher.
O
Hospital Santa Branca afirmou que as acusações de cárcere privado na
unidade são infundadas. Além disso, declarou repúdio às práticas
criminosas atribuídas ao hospital. O Conselho Regional de Medicina do
Rio também apura o caso.
Histórico criminal
O
médico acusado, Bolívar Guerrero Silva, é equatoriano e tem o diploma
validado no Brasil. Desde 1996, o homem atua em Caxias. Atualmente,
Bolívar aparece em 19 processos, a maioria são acusações de pacientes
que denunciaram o homem por erro médico.
Em
2010, Bolívar Guerrero chegou a ser preso suspeito de formação de
quadrilha, crimes contra a relação de consumo, além de exercício ilegal
da Medicina. Na época, ele era um dos donos do Hospital Santa Branca.
Ele foi acusado de usar produtos falsificados nos procedimentos
estéticos, além de aplicar medicamentos para preenchimentos faciais sem
registro na Anvisa.
Fonte: O Povo