Nas duas primeiras semanas do ano, mais de 2 mil casos da Doença Diarreica Aguda (DDA) foram registrados no Ceará
Manter
as mãos limpas, higienizar e armazenar bem os alimentos estão entre as
medidas preventivas da Doença Diarreica Aguda (DDA), conhecida como
virose da mosca, que causou 2.371 casos nas duas primeiras semanas deste
ano no Ceará.
Os
dados são do monitoramento feito pela Secretaria da Saúde do Ceará
(Sesa). E a tendência é de aumento dos casos no período chuvoso.
Esse
tipo de doença é caracterizado por, no mínimo, três episódios de
diarreia aguda em 24 horas, que pode ser acompanhado de náusea, vômito,
febre e dor abdominal. Geralmente duram até 14 dias.
Os
números ainda estão baixos – em 2022 foram 275 mil casos no ano inteiro
–, mas historicamente os registros da virose da mosca crescem durante o
período de chuva, entre os meses de fevereiro e maio. Mas por que isso
acontece?
É
durante o inverno que se forma um ambiente propício para a reprodução
das moscas e quando os insetos mais depositam ovos em materiais
orgânicos. Os insetos pousam em comidas, as bactérias se multiplicam e
produzem toxinas.
“Nesse
período de chuva, onde há acúmulo de lixo e proliferação das moscas,
elas pousam, por exemplo, em fezes e a bactéria ali existente fica nas
patas daquele inseto”, explicou a médica pediátrica Luana Barbosa.
Apesar
do nome popular, a doença não é transmitida apenas por moscas, mas
também por alimentos e água contaminados. Além disso, há o contágio
entre pessoas por meio das mãos.
A
transmissão das doenças diarreicas agudas acontece por meio das vias
oral ou fecal-oral, conforme o Ministério da Saúde. Na prática, a
transmissão indireta ocorre pelo consumo de água e alimentos
contaminados, contato com objetos contaminados (utensílios de cozinha,
acessórios de banheiros) e equipamentos hospitalares.
Também
há a transmissão direta pelo contato com outras pessoas, por meio de
mãos contaminadas e contato de pessoas com animais. Ambientes coletivos,
como escolas, creches e hospitais têm maior risco de transmissão das
doenças diarreicas agudas.
SINTOMAS DA VIROSE DA MOSCA
Náuseas
Vômitos
Diarreias
Febre (média de 3 a 5 dias)
Cólicas abdominais
Desidratação
Prisão de ventre
Tonturas ou vertigens
Uma
das principais consequências da doença diarreica aguda é a
desidratação. Isso se manifesta por sinais como boca seca, sonolência ou
cansaço excessivo, dor de cabeça e diminuição da produção de urina, por
exemplo.
Os
riscos da desidratação podem ser intensos, caso não haja um
acompanhamento, principalmente em crianças e idosos, que podem chegar
num estado mais grave. Por isso, o Ministério da Saúde orienta a busca
por um serviço de saúde em algumas situações.
São
sinais de alerta a piora da diarréia, vômitos repetidos, sede
excessiva, recusa de alimentos, sangue nas fezes e diminuição da urina.
PREVENÇÃO DA VIROSE DA MOSCA
As
doenças diarréicas são evitadas com medidas públicas, como a instalação
de saneamento básico nas cidades, mas também por meio de ações
individuais. O Ministério da Saúde recomenda uma série de atitudes para
evitar a doença. Confira:
- Lavar as mãos com água e sabão antes da alimentação e após ir ao banheiro
- Desinfetar as superfícies, os utensílios e equipamentos usados na preparação de alimentos
- Guardar os alimentos em recipientes fechados
- Tratar a água para consumo (filtrar, ferver ou colocar duas gotas de solução de hipoclorito de sódio a 2,5% para cada litro de água, aguardar por 30 minutos antes de usar)
- Guardar a água tratada em vasilhas limpas e com tampa
- Não usar água de riachos, rios, cacimbas ou poços contaminados para banhar ou beber
- Evitar o consumo de alimentos crus ou mal cozidos
- Ensacar e manter a tampa do lixo sempre fechada
- Evitar o desmame precoce. Manter o aleitamento materno aumenta a resistência das crianças contra as diarréias
AJUDA MÉDICA
Os postos de saúde são as unidades recomendadas para os pacientes com doença diarréica.
Fonte: Diário do Nordeste