O
Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária) deve publicar até
terça-feira (23) no Diário Oficial da União portaria decretando estado
de emergência zoossanitária em todo o país, após os casos de infecção
pelo vírus da influenza aviária de alta patogenicidade (H5N1).
Segundo
texto da portaria obtido pela reportagem, o estado de emergência deve
vigorar pelo prazo de 180 dias, podendo ser prorrogado por prazo
indeterminado, a partir da publicação do texto. No fim da tarde desta
segunda-feira, o Ministério confirmou a publicação da portaria.
Em
nota, a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) afirma que
trata-se de uma medida já prevista e discutida pela pasta com o setor
produtivo, cujo único propósito é a desburocratização de processos para
ganhar maior agilidade nas ações de monitoramento e eventuais medidas
para mitigação. “É uma medida de antecipação, que busca dar celeridade
às respostas de ação por meio da integração do Ministério com órgãos
estaduais, liberação de recursos, entre outros.”
A
portaria, por exemplo, tem como efeito suspender feiras de exposição de
aves. Para o consumidor, não há nenhuma mudança por ora. A entidade
reforça que não há mudanças no status brasileiro de “livre da
enfermidade” perante a OMSA (Organização Mundial de Saúde Animal), por
não haver registros na produção comercial.
No
sábado (20), mais dois casos de influenza aviária de Alta
Patogenicidade (IAAP) de subtipo H5N1 foram confirmados. Com isso, o
número de confirmações em aves silvestres subiu para cinco. Não há casos
em humanos. Desde a semana passada, o Mapa informa ter aumentado as
ações de vigilância em populações de aves domésticas e silvestres em
todo o território nacional.
As
secretarias de Estado de Saúde e de Agricultura do Rio de Janeiro
confirmaram nesta semana um caso de ave da espécie Thalasseus
acuflavidus (trinta-réis-de-bando), que vinha sendo monitorada desde
sexta-feira passada, quando foi encontrada em São João da Barra (litoral
norte fluminense). Já o Espírito Santo teve mais um caso confirmado em
uma ave da espécie Thalasseus Maximus (trinta-réis-real). O animal foi
encontrado na zona rural do município de Nova Venécia (a 179 km de
Vitória).
Como
a ocorrência foi em área não litorânea, a ação de vigilância foi
ampliada também para os municípios vizinhos -São Gabriel da Palha e
Águia Branca. A pasta da agricultura ressalta que a doença não é
transmitida pelo consumo de carne de aves e nem de ovos. As infecções
humanas pelo vírus da influenza aviária podem ser adquiridas,
principalmente, por meio do contato direto com aves infectadas (vivas ou
mortas).
Também
por acontecer por meio de água contaminada com restos ou dejetos dos
animais. “Deste modo, pedimos para que a população evite contato com
aves doentes ou mortas e acione o serviço veterinário local ou realize a
notificação por meio do e-Sisbravet [sistema de vigilância de
emergências veterinárias]”, diz o Mapa. Ainda no sábado, o Ministério da
Saúde informou que as amostras dos 33 casos suspeitos de influenza
aviária em humanos no Espírito Santo deram negativas para o vírus H5N1. A
pasta da Saúde também descartou o caso suspeito de gripe aviária em um
funcionário do Parque Fazendinha, em Vitória, onde foi encontrada uma
ave doente.
Fonte: O Otimista
