Durante depoimento à Justiça nesta sexta-feira,14, o jornalista cearense Wellington Macedo afirmou, chorando, ter dado “graças a Deus por bomba não ter explodido”. A declaração faz referência à tentativa de explodir uma bomba no Aeroporto de Brasília, no ano passado.
“Queria ver o que tinha acontecido.
Peguei o carro e voltei ao local para ver, eram 8 horas da manhã. Só ia
acreditar se visse a polícia no local e vi muita polícia no local. Dei
graças a Deus daquilo não ter explodido. Voltei para casa sem saber o
que fazer”, pontuou, chorando. Wellington Macedo declarou ser evangélico
desde criança e que, desde os acontecimentos, passou a “orar muito”.
A
função para a qual estava designado, conforme o plano, era a de
transportar a bomba, fabricada por Jorge Washington, a Alan Diego, que a
instalou em um caminhão de combustível. Contudo, após o plano de
explosão falhar, Wellington Macedo afirmou ter ficado “muito nervoso” a
ponto de pensar em ligar para a polícia, no entanto, ficou com medo de
ser preso e desistiu da ideia.
“Sofri
muito quando passei 40 dias naquele presídio. 41 dias sem ter feito
nada. Eu não queria voltar para aquele lugar, fiquei com medo de ligar
do meu número e ficar registrado. E me prenderem. Eu não dormi”, disse.
O blogueiro cearense afirmou, em abril
deste ano, estar escondido na propriedade de um empresário
bolsonarista. Ele acrescentou que não vai se entregar à polícia e que se
considera “alvo de perseguição do Judiciário”.
Wellington
já foi assessor da Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do
Adolescente do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, entre
fevereiro e outubro de 2019.
Relembre o caso
O
crime ocorreu no ano passado, quando três homens participaram da
tentativa de colocar uma bomba em um caminhão nas proximidades do
Aeroporto Internacional de Brasília. Os outros dois envolvidos na
tentativa do ataque se entregaram à Polícia. No entanto, Wellington
continua solto.
Macedo
estava em prisão domiciliar e, após retirar de forma ilegal a
tornozeleira eletrônica, foi considerado foragido. O jornalista cearense
teve a identidade revelada em janeiro deste ano e pediu dinheiro pelas
redes sociais com o objetivo de esconder da polícia quando já estava
foragido.
Em outubro, ele teve a prisão
decretada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de
Moraes, por incitar e financiar os atos antidemocráticos no dia 7 de
setembro de 2021. Contudo, o ministro estabeleceu a soltura do
jornalista, após reconhecer que não havia mais justificativa para a
manutenção da detenção, tendo em vista que a data da ação já havia
passado.
Moraes
então determinou a Wellington o cumprimento de prisão domiciliar com o
uso de tornozeleira eletrônica, o que contribuiu para a identificação de
Macedo no acampamento golpista.