Segundo
a polícia, os suspeitos participaram do plano criminoso e do
assassinato. Agente assassinado atuava com 'rigor e correção', afirma
delegado.
Três
mototaxistas foram condenados pela morte do agente de trânsito Jackson
Marques Bezerra, 37 anos, assassinado a tiros no dia 18 de julho de 2019
em Sobral, no interior do Ceará. Quatro homens haviam sido presos
suspeitos do caso, mas um deles foi absolvido, conforme o Tribunal de
Justiça do Ceará (TJCE). A condenação foi definida nesta quarta-feira
(18).
O
agente foi morto após realizar atividades físicas na Praça do Centro de
Convenções da cidade, quando foi perseguido por dois homens em uma
motocicleta roubada, que efetuaram os disparos e fugiram em seguida.
Segundo os autos do processo, a vítima era encarregada de fiscalizar
serviços de transporte no município, como táxis, mototáxis e coletivos.
O
crime, conforme as investigações, foi uma retaliação dos acusados, que
atuavam como mototaxistas, insatisfeitos com as fiscalizações realizadas
pela vítima, no exercício de suas funções, que culminaram em
penalidades contra os acusados.
Os
réus condenados não terão direito de recorrer da sentença em liberdade.
Após a decisão do Conselho, formado por sete jurados, o magistrado
fixou as penas da seguinte forma:
Jonathan Mouta:
recebeu a pena de 35 anos, 11 meses e 25 dias de reclusão pelos crimes
de homicídio triplamente qualificado, coação no curso do processo e
roubo circunstanciado pelo emprego de arma de fogo;
Carlos César Vasconcelos Moreira Júnior:
foi apenado em 23 anos, quatro meses e 15 dias de reclusão por
homicídio triplamente qualificado e coação no curso do processo;
Alexandre Torres do Nascimento: foi condenado a 18 anos e quatro meses de prisão pelo crime de homicídio triplamente qualificado.
Henrique Ferreira da Silva: foi absolvido pelos jurados.
Morto na saída de academia
O agente de trânsito Jackson Bezerra foi morto após sair de uma academia e ser perseguido por uma dupla em uma moto,
que efetuou disparos de arma de fogo contra ele na Rua Coronel
Frederico Gomes, no Bairro Campo dos Velhos. A vítima também trafegava
em uma motocicleta.
De
acordo com a Polícia Civil, a vítima passou a fiscalizar com maior
frequência os serviços realizados por mototaxistas, "mototaxistas
piratas" e as linhas de ônibus. Com a atuação, o grupo criminoso ficou
insatisfeito com o trabalho de Jackson.
"Com ele não tinha jeitinho"
À
época do crime, o delegado Marcos Aurélio, diretor do Departamento de
Polícia Civil do Interior Norte, declarou que a vítima tinha um
histórico de ser atuante, rígido e correto no trabalho, e que isso
desagradou o grupo criminoso.
"O
Jackson era um servidor concursado da Prefeitura Municipal de Sobral.
Exercia atividade no trânsito da municipalidade. Ele tinha um histórico
de ser atuante, rígido, correto, e com ele não tinha 'um jeitinho'. Se
está errado, está errado. E com esse rigor de sua atividade, ele chegou a
prender alguns concessionários do transporte público, com o caso,
mototaxistas. Ele apreendia e tomava a bata com a numeração e a bata
ficava apreendida por determinado período, até que fosse restituído ao
trabalhador", comentou.
Segundo
o delegado, o grupo criminoso "estudou o itinerário" da vítima e passou
a monitorá-lo. "Fizeram o estudo de itinerário do senhor Jackson, a
rotina de vida dele, que horas ele saia para o trabalho, aonde ele ia, o
horário que ele caminhava, e no dia 18 de julho, resolveram
executá-lo", disse o delegado.
Fonte: G1