Data para católicos é de reflexão e meditação
Considerada uma das datas mais importantes para o cristianismo, a Sexta-Feira Santa, celebrada, em 2024, nesta sexta (29), relembra a crucificação de Jesus. No dia, milhões de fiéis ao redor do mundo participam de uma série de tradições, como forma de honrar o sacrifício de Cristo.
Entre os costumes mais conhecidos, estão o ato de jejuar ao longo do dia, ingerindo apenas refeições leves, e evitar determinados alimentos. Algumas pessoas ainda aproveitam a data para meditar e realizar orações.
JEJUM
Pároco do Santuário Nossa Senhora de Fátima, em Fortaleza, o padre Ivan de Souza explica que, durante a Sexta-feira Santa, os fiéis devem realizar apenas três refeições ao longo do dia: café da manhã, almoço e jantar.
Conforme a tradição cristã, apenas uma das refeições pode ser completa, enquanto as demais devem ser leves e moderadas. É importante que, ao ingerir os pratos, os adeptos ao costume não se sintam completamente saciados, ou seja, não fiquem “cheios”.
“É um exercício de piedade, aquilo que não é comum fazer todos os dias, [...] para que nós entremos em sintonia, em comunhão, com aquele que está passando pela paixão, pela dor, pelo sofrimento, que é Jesus, e que é extensivo a todas as pessoas que sofrem”, explicou o sacerdote.
O padre ainda pontua que o jejum deve ser realizado por cristãos na faixa etária de 14 a 60 anos, com exceção de doentes e grávidas.
O QUE NÃO SE PODE COMER NA SEXTA-FEIRA SANTA?
Além da alimentação moderada, os interessados em seguir a tradição também são aconselhados a evitar o consumo excessivo de bebidas alcoólicas e a ingestão de determinados alimentos na data sagrada, como relata o padre Rafhael Maciel, presbítero da Arquidiocese de Fortaleza.
“Na Sexta-feira Santa, a Igreja diz para seus fiéis absterem-se de comer carne de animal de sangue quente, como bovinos, caprinos, suínos, aves. Isso se faz em honra da Paixão e Morte de Cristo”, afirmou o pároco.
Desta forma, é recomendado que os fiéis optem pelo consumo de ovos e laticínios, além de peixes e frutos-do-mar, liberados por serem animais de “sangue-frio”.
OUTROS COSTUMES
Apesar de ser um dos hábitos mais conhecidos da data, a alimentação comedida não é o único costume da Sexta-Feira Santa, relembra padre Ivan. No dia, centenas de cristãos também participam da Procissão do Senhor Morto, que relembra o momento em que Jesus foi retirado da cruz e levado à sepultura.
“É interessante [porque] a Páscoa, no domingo, são poucas as pessoas que participam [das celebrações]. Já a Procissão do Senhor morto, na sexta-feira, vai todo mundo”, contou ele.
O presbítero Rafhael Maciel ainda reforçou que, durante a data, os fiéis devem priorizar a meditação e a oração, evitando escutar músicas em volume alto para não perturbar o silêncio meditativo. “Não é o simples fato de poder ou não poder fazer algo, mas a importância de entrar na vivência de um dia tão importante para fé”, explicou o sacerdote.
IMPORTÂNCIA DAS TRADIÇÕES
Ainda segundo o presbítero, as recomendações não devem ser seguidas apenas pela tradição, mas, sim, por serem uma forma de renovar a fé e repassá-la aos mais novos.
“Para os fiéis católicos e aqueles que queiram nos acompanhar, é importante seguir os passos do Senhor em sua paixão e morte não somente porque faz parte de uma tradição, mas porque diz respeito à nossa vida e à nossa fé. [As celebrações] fazem parte de um patrimônio espiritual que não deveríamos renunciar. Pelo contrário, deveríamos praticar para alimentar nossa fé e ensinarmos as gerações mais jovens a participarem”, afirmou.
*Sob supervisão de Mariana Lazari
Fonte: Diário do Nordeste
