Edson
Fernando Crippa, o atirador de 45 anos que baleou 12 pessoas e matou
três em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, pertencia ao grupo de
Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC), além de ter histórico
de esquizofrenia.
Ele
possuía três registros para posse de armas, na Polícia Federal e no
Exército, e todas as suas armas estavam registradas. A legislação exige
laudo psicológico para CACs que ateste que a pessoa tem condições de
adquirir uma arma.
No
entanto, Crippa já teve quatro internações por esquizofrenia, as quais a
polícia diz não ter identificado se ocorreram antes ou depois do
registro das armas.
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Estamos apurando informações de que seja um problema familiar, tanto
dele quanto do pai, de esquizofrenia. Mais detalhes serão apurados –
disse o delegado Fernando Sodré, chefe da Polícia Civil do estado.
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Qualquer um sabe que ao dar uma arma na mão de alguém com
esquizofrenia, uma tragédia vai acontecer – apontou o secretário de
Segurança Pública, Sandro Caron de Moraes.
O
atirador não tinha antecedentes criminais, mas já teve um boletim de
ocorrência registrado em 2021 por ameaça. A polícia investiga as
motivações do crime e a relação do atirador com grupos de tiros.
Dentro
do imóvel, os policiais encontraram farta munição: duas pistolas, uma
calibre 9 mm e uma calibre.380, e mais duas carabinas. O delegado
Fernando Sodré, comparou o local a um “cenário de guerra”.
Já Claudio Feoli, comandante-geral da Brigada Militar, destacou a resistência de Crippa.
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Tenho 34 anos de Brigada Militar e até hoje não vi ocorrência com
resistência tão feroz de um atirador, municiado com centenas de
estoques. Ele deu mais de 100 tiros, além das centenas de munições
intactas apreendidas na residência. A ocorrência toda foi extremamente
complexa, diante da resistência dele, mas em especial a retirada das
pessoas – relatou.
O CASO
Edson
Fernando Crippa, foi encontrado morto nesta quarta-feira (23) após
matar três pessoas, entre elas o pai e o irmão, e ferir várias outras a
tiros em Novo Hamburgo, na região do Vale dos Sinos, no Rio Grande do
Sul. O ataque foi iniciado por volta das 23h desta terça (22) em uma
residência na Rua Adolfo Jaeger, no bairro Ouro Branco.
O
pai do homem, Eugenio Crippa, de 74 anos, o irmão de Edson Fernando,
Everton Crippa, 49 anos, e um policial militar, Éverton Kirsch Júnior,
de 31 anos, estão entre os mortos. Há ainda pelo menos nove feridos, que
incluem familiares de Edson e policiais.
A
Brigada Militar fez, ao longo da madrugada, cerco ao local onde Crippa
mantinha os pais em cárcere privado e resistia à prisão. Ao perceber a
presença dos policiais, Crippa abriu fogo contra a guarnição da polícia,
iniciando o confronto.
As
residências de vizinhos foram evacuadas como medida de precaução para a
negociação. Segundo a Brigada Militar (BM), o suspeito teria abatido, a
tiros, dois drones que estavam sendo usados durante a ação policial.
Ainda
de acordo com a polícia, o homem reagiu de forma violenta à abordagem
policial, abrindo fogo contra os agentes. A equipe havia sido acionada
para verificar uma denúncia de que um casal de idosos estava sendo
mantido em cárcere privado em sua própria residência.
A
morte de Edson foi atestada por médicos do Samu após Crippa ser
encontrado desacordado pela Brigada Militar depois de os agentes
entrarem na casa nesta quarta. A causa da morte ainda não foi informada e
a perícia será realizada nesta manhã.
(Pleno News)