O imóvel estava em situação precária, com lixo, ratos, baratas e escorpiões
O idoso, de aproximadamente 80 anos, com deficiências física e visual, que foi encontrado comendo partes da própria mão e levado para o Hospital Distrital Evandro Ayres de Moura, o Frotinha da Parangaba, onde passou por tratamento médico, recebeu alta hospitalar. Ele foi resgatado de uma situação de abandono e maus-tratos na rua Nilo Rocha, no bairro Bom Jardim, em Fortaleza. O imóvel estava em situação precária, com lixo, ratos, baratas e escorpiões.
De acordo com a equipe de resgate do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), o idoso apresentava uma fratura na tíbia, membros mutilados e ferimentos graves, muitos deles autoinfligidos. Ele foi submetido a uma cirurgia traumatológica no membro inferior e a uma série de exames durante a internação. A Secretaria de Saúde informou que o Ministério Público (MPCE) e os familiares foram acionados para acompanhar a situação do paciente.
Conforme o artigo 133 do Código Penal Brasileiro, é considerado crime “abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono”, o chamado crime de abandono de incapaz. A pena prevista na lei é de seis meses a três anos de detenção.
Relatos da vizinhança indicam que o idoso estava vivendo em completo abandono por cerca de três anos em uma casa alugada. Testemunhas afirmaram que não havia movimentação de pessoas visitando ou cuidando dele no local. Informações preliminares sugerem que ele teria sido deixado pela filha e por uma outra mulher, que alegaram dificuldades em lidar com o comportamento do idoso.
“Não há justificativa para abandonar alguém dessa forma”, declarou uma moradora local. “Independente de qualquer problema familiar, o abandono é inaceitável”, acrescentou.
Com o caso agora sob investigação do Ministério Público, a expectativa é de que medidas sejam tomadas para garantir que o idoso receba cuidados adequados e não volte a ser negligenciado. A situação também levanta um alerta sobre a importância de fortalecer redes de apoio e assistência social para prevenir casos de abandono de pessoas em situação de vulnerabilidade.
Fonte: GCMais