O crime ocorreu no dia 26 de setembro de 2024, na residência do casal, localizada no bairro São Pedro, zona Sul de Teresina.
Maria
do Perpétuo Socorro Pereira, de 35 anos, está sendo investigada pela
Polícia Civil do Piauí por suspeita de matar sua companheira, Kárita
Joara de Lima, e de tentar encobrir o crime como um suicídio. O crime
ocorreu no dia 26 de setembro de 2024, na residência do casal,
localizada no bairro São Pedro, zona Sul de Teresina.
O que aconteceu
Maria
do Socorro alegou, no dia da morte de Karita, que a companheira havia
cometido suicídio por enforcamento. No entanto, a investigação da
Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) começou a levantar
dúvidas sobre essa versão após depoimento de familiares e informações do
laudo cadavérico da mulher.
Em
entrevista ao repórter Saymon Lima, a delegada Nathália Figueiredo,
responsável pelo caso, explicou que os familiares de Kárita, entre eles
um psicólogo, desconfiaram da hipótese de suicídio. "Foi relatado também
por um técnico de necropsia que a Kárita apresentava lesões que não
eram muito compatíveis no contexto que foi relatado pela companheira,
mas de todo modo nós precisaríamos de uma prova técnica até para embasar
uma futura prisão, caso assim entendêssemos", afirmou a delegada.
A
prova técnica veio por meio do laudo cadavérico, que indicou que Karita
morreu por estrangulamento. "Estrangulamento é um perfil de morte
violenta e não é comum uma pessoa que tira a própria vida utilizar esse
meio", explicou Nathália Figueiredo.
A
delegada também levantou a possibilidade de que Maria do Socorro tenha
manipulado a cena do crime para disfarçar o assassinato. "Nós
acreditamos que sim, houve manipulação, mas a certeza virá com o final
do inquérito. Existe a possibilidade de fraude processual, que é quando
há alteração da cena do crime", disse a delegada.
Além
disso, Nathália destacou um comportamento suspeito de Maria do Socorro
após o crimo. "Ela permaneceu tendo contato com a família da vítima. Ela
inicialmente disse que não estava com o celular da Karita, mas depois
devolveu, dizendo que o encontrou em suas coisas", disse.
As
conversas estavam apagadas tanto no celular de Maria quanto no de
Karita. "Foi um quebra-cabeça que estamos montando, mas ainda faltam
algumas peças, e estamos aguardando outros laudos", contou a delegada.
Prisões e investigações
Após
reunir as evidências, a polícia representou pela prisão temporária de
Maria do Socorro, o que foi concedido pelo Poder Judiciário. Ela foi
presa na quarta-feira, 27 de novembro. A delegada explicou que Maria do
Socorro é a principal suspeita devido a várias contradições em seus
relatos. "Ela mesma, quando foi ouvida, disse que só estavam as duas.
Existem várias contradições no que ela nos contou", disse Nathália. "No
momento da prisão, ela não demonstrou muito sentimento, o que também
gerou desconfiança, embora isso não seja suficiente por si só" completou
a delegada.
Motivação do crime
A
investigação ainda está em andamento, e até o momento não há uma
motivação clara para o crime. "Ainda estamos realizando diligências, mas
o que já temos claro é que a morte de Karita foi violenta, e não um
suicídio", afirmou Nathália Figueiredo.
Ela
também revelou que, de acordo com amigos próximos do casal, havia
discussões frequentes entre as duas, mas nenhuma violência física foi
relatada. "Eram comuns discussões com alteração de ânimos, mas ninguém
relatou violência fisica nas brigas", finalizou Nathalia.
(Meio Norte)