Uma
aposentada de 68 anos sofreu um golpe em Fortaleza e teve o celular,
documentos e cartão do banco roubados por uma criminosa no dia 17 de
janeiro no Centro de Fortaleza.
A
vítima foi dopada com um sorvete, com uma substância não identificada,
dado pela golpista, que havia se aproximado da aposentada com a desculpa
de que estava passando por problemas emocionais e precisava conversar. O
caso está sendo investigado pela Polícia Civil.
A
preparação para o golpe começou ainda no dia 13 de janeiro. A
aposentada havia ido fazer compras no Centro e foi abordada pela
golpista enquanto descansava na Praça do Ferreira. A criminosa, então,
começou a contar que havia perdido o esposo e precisava desabafar.
Ela
pediu o contato da vítima e iniciaram um laço de amizade. No dia
seguinte, a criminosa ligou para a aposentada para combinar um novo
encontro. Naquela semana, elas mantiveram contato quase todos os dias. A
golpista, no entanto, nunca ligava do mesmo número telefônico e nem
aceitava entrar em lojas com a vítima ou tirar fotos.
No
dia 17, quando o crime foi consolidado, a criminosa novamente chamou a
vítima para almoçar no Centro. Chegando lá, ela desistiu do almoço e
chamou a aposentada para tomar um sorvete.
“Ela
me puxou pelo braço e disse ‘vamos pelo menos tomar um sorvete’.
Levantei, a gente se encaminhou para a sorveteria e ela disse ‘não, pode
ficar aí, olha as minhas coisas que eu trago’. Nessa altura eu já
estava dentro do laço. Eu ainda disse para tiramos uma selfie para
provar para minhas amigas que tinha uma amiga nova, mas ela disse ‘não,
estou muito feia'”, narrou a aposentada.
Após certa demora, a mulher voltou com o sorvete:
“Era
um pote, o sorvete (estava) lá no finalzinho, um pouquinho de sorvete. A
partir do momento que eu comecei a comer, a colher bateu em um negócio,
era tipo uma pontinha da casquinha. Eu disse ‘vixi, mas o que é isso?’
Ela disse que era a casquinha. Foi quando eu meti a concha e veio essa
casquinha. Eu lembro que não era gostosa, era um sabor muito estranho.
Eu terminei, ela pegou rápido e botou no lixinho. Voltou para perto de
mim e disse ‘tá sentindo alguma coisa’?”
Nesse momento, a vítima disse que queria ir ao banheiro. A criminosa levou ela para um restaurante.
“Aí
não lembro mais de nada. Me levaram para a UPA. Não vi nada. Só acordei
na segunda-feira. E não tinha mais nada: nem documento, nem cartão de
pagamento da minha aposentadoria”.
Ela foi resgatada por trabalhadores de um shopping do Centro, que conseguiram entrar em contato com familiares.
“Eu
tenho medo até de andar pelo local onde eu andei, eu fiquei com muito
medo. E eu tenho pena de uma pessoa já de idade fazer um negócio
daquele. Ela está vivendo disso, deve estar, não sei. É uma lição muito
grande de vida, de você não contar nada da sua vida para ninguém,
ninguém é de confiança, você não sabe”, narrou a aposentada.
Em
nota, a Polícia Civil disse que apura as circunstâncias de uma denúncia
de estelionato. Um Boletim Eletrônico de Ocorrência (B.O) foi
registrado. O caso está a cargo do 34º Distrito Policial.
Fonte: G1