Quatro mandados de prisão foram cumpridos.
A Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco) no Ceará deflagrou nesta, quarta-feira (19), a 'Operação Escudo Aéreo' para desarticular um esquema de entrega de ilícitos em presídios no Ceará. Quatro mandados de prisão e sete de busca e apreensão foram cumpridos.
O esquema que funcionava como um 'delivery do crime' facilitava a comunicação externa de facções, "permitindo a articulação e determinação de crimes fora do sistema prisional", segundo a Polícia Federal.
[ATUALIZAÇÃO às 15h24]
De acordo com a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), entre os presos "estão dois pilotos de drones, um empresário ligado a um esquema de fraude e um interno da Unidade Prisional Professor José Jucá Neto (UP-Itaitinga 3), apontado como responsável por articular a entrada de ilícitos por meio dos equipamentos aéreos e por práticas fraudulentas. As buscas também alcançaram outros dois alvos ligados ao esquema".
Além dos celulares, drogas e outros ilícitos eram enviados por meio da prática de 'rebolo' para dentro das unidades prisionais.
Todos os mandados foram expedidos pela Vara de Delitos de Organização Criminosa da Justiça Estadual.
"Mais de 50 policiais das forças que compõem a Ficco participaram da operação, com apoio relevante da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP). A Ficco/CE é composta por integrantes da Polícia Federal, Polícia Civil, Polícia Militar, Polícia Penal, atuando de forma integrada no enfrentamento ao crime organizado", conforme a PF.
O secretário da SAP, Mauro Albuquerque, destacou o impacto da operação e o papel da Polícia Penal no enfrentamento às organizações criminosas: "essa ação demonstra que o Governo do Ceará está atento, preparado e tecnicamente capaz de neutralizar qualquer tentativa de burlar o sistema prisional".
"A integração com as forças de segurança, somada ao trabalho de inteligência da Polícia Penal, é fundamental para impedir a atuação de facções e garantir a ordem dentro das unidades. Não há espaço para improviso: nosso compromisso é permanente com a disciplina, a segurança e o combate ao crime organizado”
EQUIPAMENTO 'ANTI-DRONE'
O Governo do Ceará investiu R$ 1,64 milhão em um equipamento de Inteligência voltado para coibir entregas de ilícitos feitas por meio do uso de drones que sobrevoam os presídios do Estado. A contratação da Secretaria da Administração Penitenciária e Ressocialização (SAP), que tem como objetivo impedir o 'delivery do crime', foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) em setembro deste ano e veiculada pelo Diário do Nordeste.
Conforme o texto, a justificativa par a aquisição é que o "uso de drones para a entrega de materiais ilícitos em unidades prisionais tem se intensificado, representando uma grave ameaça à segurança e à ordem no sistema prisional do Estado do Ceará. As ocorrências, majoritariamente noturnas, são caracterizadas por estratégias que dificultam a detecção pelos policiais penais".
A reportagem apurou que, só neste ano de 2025, policiais penais derrubaram 19 drones "sobrevoando os perímetros penitenciários". Em 2024 foram oito equipamentos deste tipo 'abatidos'.
Uma das ocorrências mais recentes foi no último mês de agosto, quando quatro adultos foram presos e um adolescente capturado controlando um drone que sobrevoava a Unidade Prisional Itaitinga 3, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).
*Diário do Nordeste