Suspeito de liderar esquema de furto de veículos de locadora nacional é preso no Ceará
O furto de 68 veículos de uma locadora nacional levou à prisão de um hacker de 29 anos nesta quarta-feira (10), em um condomínio de luxo na Cidade Alpha, no Eusébio, Região Metropolitana de Fortaleza. A operação da Polícia Civil do Ceará apura um esquema que teria causado prejuízo superior a R$ 5 milhões, envolvendo a retirada fraudulenta de automóveis no Ceará e em outros estados.

Segundo as investigações, o hacker — que não teve o nome divulgado — utilizava dados obtidos ilegalmente para burlar o sistema de locação de veículos. A partir disso, conseguia retirar carros em nome de empresas clientes da locadora, entre 2023 e 2024, sem devolvê-los.
A prisão aconteceu no momento em que o suspeito se encontrava em casa. Dois Jeep Compass, celulares e computadores foram apreendidos. A polícia afirma que o homem ostentava uma vida de alto padrão financiada com a revenda dos veículos desviados, embora se apresentasse como empresário do ramo automotivo. Ele já possuía uma condenação antiga por furto, ocorrida há mais de dez anos, mas desde então não havia voltado a ser investigado no Ceará.
Além do mandado de prisão preventiva, a operação cumpriu 16 mandados de busca e apreensão no Ceará, São Paulo e Tocantins, com apoio de forças policiais desses estados e da Coordenação-Geral de Crimes Cibernéticos do Ministério da Justiça.
Furto de veículos envolvia vendas na Dark Web e envio ao exterior
O delegado Alan Araújo, da Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos, explicou que a investigação começou em janeiro, quando a locadora identificou a falta de dezenas de carros registrados no Ceará. Um dos veículos foi localizado na fronteira do Brasil, o que levantou a suspeita de envio para outros países.
De acordo com a Polícia Civil, os investigadores descobriram que o hacker obtinha informações de empresas que alugavam carros e fraudava o sistema para retirar automóveis no Ceará e em estados como São Paulo e Rio Grande do Sul. Os veículos eram revendidos em redes sociais, aplicativos de mensagens e até na Dark Web, anunciados como “carros de estouro” ou “veículos para desmanche”.
Confira os preços médios obtidos com a revenda ilegal:
- Picapes: cerca de R$ 15 mil
- SUVs: cerca de R$ 10 mil
- Sedans: cerca de R$ 6 mil
O destino dos veículos incluía desmanches e países vizinhos, segundo a investigação.
Próximos passos: prejuízo pode ultrapassar R$ 5 milhões
O delegado Alan Araújo afirma que a recuperação dos 68 veículos furtados é improvável, pois muitos já teriam sido desmontados ou exportados. Para tentar ressarcir a locadora, a Polícia Civil solicitou à Justiça o bloqueio de até R$ 3 milhões das contas bancárias de cada um dos 17 investigados, o que pode totalizar R$ 51 milhões.
Os demais investigados são pessoas que compareciam presencialmente às locadoras para retirar os veículos em nome das empresas fraudadas. A investigação agora busca definir o nível de participação de cada envolvido no esquema.
Segundo a Polícia Civil, os suspeitos podem responder por invasão de dispositivo informático, furto qualificado mediante fraude eletrônica, falsidade ideológica, organização criminosa e lavagem de dinheiro, com penas que podem ultrapassar 35 anos de prisão.
*Portal GCMais