Chegamos ao ano do tetra do Brasil. Após 24 anos de espera, de decepções, de gerações de craques brilhantes, que não conquistaram o tetracampeonato, como a geração de 82 e 86, seleção de grandes craques comandada pelo mestre Telê Santana. O país do futebol finalmente quebra o paradigma, pois o futebol brasileiro ainda vivia da moral adquirida, dos três títulos mundiais, ganhos com a presença do rei em campo. vamos a um pequeno histórico da copa do Tio San.
Brasil desbrava a última fronteira do futebol mundial
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Dunga, capitão do Brasil, levantando a taça |
Os Estados Unidos sediaram a 15ª edição da Copa do Mundo da FIFA com
grande sucesso e atraíram o maior número de espectadores da história do
evento. O campeão foi o Brasil, que não comemorava o título mundial
desde 1970. A final decepcionou um pouco ao terminar em 0 a 0 no tempo
normal e na prorrogação e ser decidida nos pênaltis, mas as partidas que
antecederam a decisão não tiveram escassez de gols nem de emoções.
Em meio a inúmeros encontros dramáticos, foram marcados 141 gols, a
maior marca desde 1982. A Bulgária, que não tinha vencido nenhuma das 16
partidas disputadas em edições anteriores da Copa do Mundo da FIFA, foi
a maior surpresa ao derrotar a Alemanha para chegar às semifinais. Já o
argentino Diego Maradona foi flagrado no antidoping e eliminado do
torneio, mesmo destino da sua seleção após a derrota por 3 a 2 para a
Romênia de Gheorghe Hagi.
O evento também foi marcado por uma tragédia: o assassinato do zagueiro
colombiano Andrés Escobar depois do retorno ao seu país. Ele havia feito
um gol contra no jogo diante dos Estados Unidos, resultado que
eliminara a Colômbia. Os americanos se classificaram para enfrentar o
Brasil nas oitavas-de-final e perderam no detalhe por 1 a 0.
Estádios lotados
O futebol nos Estados Unidos nunca foi tão apreciado quanto o basquete, o beisebol ou o futebol americano. Por isso, a escolha do país para sediar a Copa do Mundo da FIFA surpreendeu muita gente. O presidente da FIFA, João Havelange, tomou a decisão de levar o evento aos EUA para superar a última fronteira do futebol, e o sucesso foi confirmado com um recorde de 3.587.538 espectadores.
O futebol nos Estados Unidos nunca foi tão apreciado quanto o basquete, o beisebol ou o futebol americano. Por isso, a escolha do país para sediar a Copa do Mundo da FIFA surpreendeu muita gente. O presidente da FIFA, João Havelange, tomou a decisão de levar o evento aos EUA para superar a última fronteira do futebol, e o sucesso foi confirmado com um recorde de 3.587.538 espectadores.
Outro marco do torneio foram os 147 países que participaram das
eliminatórias. Alguns dos favoritos europeus ficaram pelo caminho, entre
eles a então campeã continental Dinamarca, a Inglaterra e a França,
eliminada pela Bulgária com um gol no último segundo da última partida. E
as surpresas continuaram na fase de grupos, com uma vitória valendo
três pontos pela primeira vez. A Itália perdeu para a Irlanda por 1 a 0
na estreia e só chegou às oitavas-de-final como uma das melhores
terceiras colocadas.
Assim como ninguém esperava a eliminação colombiana, a classificação da
Arábia Saudita à segunda fase parecia muito improvável, mas os árabes
conseguiram duas vitórias e foram em frente. O atacante Saeed Owairan
marcou aquele que talvez tenha sido o gol mais bonito do torneio,
driblando vários jogadores antes de converter contra a Bélgica. O russo
Oleg Salenko também não fez por menos, estabelecendo um novo marco ao
fazer cinco gols na vitória por 6 a 1 sobre Camarões. O gol de honra dos
camaroneses representou um recorde pessoal para Roger Milla, o atleta
mais velho a ter balançado a rede na história da Copa do Mundo da FIFA,
com 42 anos, um mês e oito dias.
O rabo de cavalo
Outra seleção africana, a Nigéria, esteve a 90 segundos da vitória sobre a Itália nas oitavas-de-final, mas Roberto Baggio conseguiu salvar o resultado quando os italianos tinham apenas dez homens em campo. Os campeões africanos haviam vencido o seu grupo e estavam prestes a surpreender o mundo, mas Baggio empatou e depois fez o gol da vitória na prorrogação. Com um chamativo rabo de cavalo, o camisa dez italiano estava na melhor fase da sua carreira. Ao marcar um gol no finalzinho da partida contra a Espanha, ele garantiu a chegada dos italianos à semifinal, na qual fez mais dois para derrubar a Bulgária. Os búlgaros tinham o ídolo Hristo Stoichkov e haviam derrotado simplesmente a Alemanha, que defendia o título mundial conquistado quatro anos antes.
Outra seleção africana, a Nigéria, esteve a 90 segundos da vitória sobre a Itália nas oitavas-de-final, mas Roberto Baggio conseguiu salvar o resultado quando os italianos tinham apenas dez homens em campo. Os campeões africanos haviam vencido o seu grupo e estavam prestes a surpreender o mundo, mas Baggio empatou e depois fez o gol da vitória na prorrogação. Com um chamativo rabo de cavalo, o camisa dez italiano estava na melhor fase da sua carreira. Ao marcar um gol no finalzinho da partida contra a Espanha, ele garantiu a chegada dos italianos à semifinal, na qual fez mais dois para derrubar a Bulgária. Os búlgaros tinham o ídolo Hristo Stoichkov e haviam derrotado simplesmente a Alemanha, que defendia o título mundial conquistado quatro anos antes.
Stoichkov dividiu a artilharia da competição com Salenko. Romário ficou
um gol atrás, mas levou para casa um prêmio bem mais importante. Ele e
Bebeto escreveram o nome na súmula ao marcarem dois dos gols brasileiros
na emocionante vitória por 3 a 2 sobre a Holanda nas quartas-de-final. O
jogo teve a famosa comemoração de Bebeto embalando um bebê imaginário e
o inesquecível gol de falta do criticado lateral Branco para definir a
partida. Romário também fez o único gol da semifinal contra os suecos,
que tiveram o seu melhor resultado desde 1958 com a medalha de bronze.
Brasil e Itália repetiram em Pasadena o clímax de 1970. Vinte e quatro
anos antes, as duas seleções brigavam para ver quem seria o primeiro
tricampeão mundial. Sob o forte sol americano, nasceria o primeiro
tetracampeão. Pela primeira vez o destino do troféu foi decidido nos
pênaltis, e o mesmo destino foi cruel com Roberto Baggio. Depois de
levar a Itália nas costas até o último momento, ele chutou por cima o
pênalti que deu o título ao Brasil. Com a perna direita enfaixada para
proteger o tendão lesionado, o camisa dez italiano ficou estático ao ver
a bola subir, enquanto os brasileiros corriam para comemorar a tão
esperada quarta conquista mundial.
Comandado em campo pelo capitão Dunga, o Brasil pode não ter tido toda a
magia de seleções anteriores, mas o plantel de Carlos Alberto Parreira
se preparou de forma correta e teve uma ótima dupla de ataque com
Romário e Bebeto. Com os dois perfeitamente entrosados, Parreira pôde se
dar ao luxo de deixar no banco um jovem de 17 anos chamado Ronaldo.
Afinal, ele ainda teria a sua chance.
Fatos Rápidos
- Equipes: 24
- Quando: 17 Junho 1994 a 17 Julho 1994
- Final: 17 Julho 1994
- Jogos: 52
- Gols: 141 (média 2.7 por partida)
- Público: 3587538 (média 68991)
- Campeão: Brasil
- Vice-campeão: Itália
- Terceiro: Suécia
- Quarto: Bulgária
- Bola de Ouro adidas: ROMÁRIO (Romário de Souza Faria) (BRA)
- Chuteira de Ouro adidas: Oleg SALENKO (RUS),
- Hristo STOICHKOV (BUL)
- Prêmio Yashin para o Melhor Goleiro: Michel PREUDHOMME (BEL)
- Prêmio de Melhor Jogador Jovem: Marc OVERMARS (NED)
- Prêmio FIFA Fair Play: Brasil
- Prêmio da FIFA para a Equipe Mais Espetacular: Brasil